Técnicos da central nuclear de Fukushima trabalham em contrarrelógio para que seja possível conter a grande quantidade de água da chuva esperada nas instalações com a chegada de um segundo tufão num intervalo de apenas dez dias.
Os preparativos ocorrem uma semana depois de a água das fortes precipitações causadas pelo tufão "Wipha" se ter acumulado junto aos tanques de armazenamento de líquido radioativo, no exterior da central, até ao ponto de terem transbordado e, possivelmente, vazado para o mar.
Os índices de radiação desse líquido, que fica contaminado ao entrar em contacto com o exterior dos tanques que armazenam água usada no arrefecimento dos reatores eram 24 vezes superiores ao limite permitido pelas autoridades japonesas em relação a derrames.
A Agência Meteorológica do Japão prevê a chegada do novo tufão, batizado de "Francisco", no próximo dia 27, domingo, à região nordeste do Japão, onde se situa a central.
Por isso, a operadora da central, a Tokyo Electric Power (TEPCO) começou a transferir água da chuva trazida pelo tufão anterior que ainda se encontrava acumulada no exterior do recinto para uma série de piscinas subterrâneas, explicou um porta-voz da empresa à agência Efe.
Estas piscinas registaram problemas relacionados com fugas em abril.
Até agora, a TEPCO tem bombeado a água da chuva para tanques onde armazena a que posteriormente é submetida a um tratamento para que lhe seja retirado o material radioativo.
Contudo, perante a chegada dos dois tufões num curto espaço de tempo, estes tanques encontram-se cheios, pelo que a empresa anunciou não ter outra escolha senão utilizar as três piscinas subterrâneas -- cada uma com uma capacidade para armazenar cerca de 9 mil toneladas de líquido --, apesar de terem registado fugas.
A transferência desta água para as piscinas foi autorizada pela Autoridade Nacional de Regulação Nuclear.
A acumulação de água altamente radioativa é o principal problema com que se deparam atualmente os cerca de 3.500 funcionários que trabalham diariamente na central para colocar um ponto final na crise nuclear desencadeada pelo sismo seguido de tsunami de 11 de março de 2011.
Lusa