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Bill Clinton defende regras claras para escutas a chefes de Estado 

O ex-Presidente norte-americano Bill Clinton  assinalou hoje que a imagem dos EUA no mundo ficou danificada com as revelações  sobre espionagem a líderes estrangeiros pela Agência de Segurança Nacional  (NSA) e defendeu ser necessário definir regras claras. 

© Andrew Kelly / Reuters

"Penso que são necessárias regras muitos explícitas quanto à escuta  de conversações de dirigentes estrangeiros", afirmou Bill Clinton numa entrevista  à cadeia televisiva americana Fusion, cuja transcrição parcial foi hoje  publicada, refere a agência noticiosa AFP. 

Bill Clinton explicou que durante o tempo em que foi Presidente (1993-2001),  a realização de escutas dependia dos dirigentes em causa: "se pensassemos  que eles cometiam atos hostis contra os EUA (...) então (as agências americanas)  podiam fazer". "Porém, não tenho a certeza, não tínhamos naquela época capacidade de  fazer a maior parte das coisas que são feitas hoje em dia", acrescentou.

Salientou ainda ser necessário "mais transparência, maior proteção da  privacidade e mais segurança". "Estamos numa posição em que as pessoas não sabiam o que estava a acontecer.  Dada a forma como foram utilizados os dados, não é claro que isso tenha  aumentado a  nossa segurança (mas) é óbvio que as pessoas sentem que perderam  um pouco da sua privacidade", salientou o antigo presidente para quem é  "muito importante" que haja uma discussão "verdadeiramente pública sobre  o que devem ser as regras" de escuta. 

O ex-Presidente admitiu ainda que as revelações desencadeadas pelo ex-consultor  Edward Snowden da NSA tiveram um impacto negativo "não só na América Latina,  mas também na Europa e na Ásia". "Isto é interessante porque em alguns desses países verificou-se que  alguns governos fizeram a mesma coisa", declarou.  

 

     

Lusa