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Paulo Portas diz que Mandela "virou a página do apartheid"

O ex-líder sul-africano Nelson Mandela teve  um comportamento "único e ímpar" quando saiu da prisão, que permitiu virar  "a página do apartheid", disse hoje o vice-primeiro-ministro português,  Paulo Portas. 

© Carlo Allegri / Reuters

Em declarações à agência Lusa em Lisboa, o Paulo Portas começou por  destacar "o perfil humano" daquele que viria a ser o primeiro Presidente  negro da África do Sul, depois de ter tido "a grandeza do perdão". 

A morte de Nelson Mandela, aos 95 anos, foi anunciada na quinta-feira  à noite pelo Presidente da República da África do Sul, Jacob Zuma.  

Paulo Portas assinalou que "só uma pessoa com enorme grandeza" teria  sido capaz de, após 27 anos privado de liberdade, manter o "espírito de  compromisso" e "tolerância", sem manifestar "nenhum sinal nem de ódio, nem  de ressentimento, nem de vingança". 

O ministro recordou que "muita gente dizia" que o fim do regime segregacionista  do apartheid faria o país resvalar para "uma guerra civil" e impediria que  chegasse à democracia. 

"A verdade é que a contenção, o sentido de compromisso, a diplomacia,  a inteligência, a sensibilidade de Nelson Mandela foram muito importantes  para que a África do Sul fosse, depois do apartheid, uma grande nação africana,  um grande país emergente", frisou. 

Sobre o eventual risco de instabilidade política, na sequência da morte  de Mandela, Paulo Portas sublinhou que o legado do ex-Presidente não é só  "muito forte no passado", também "pesa muito sobre o futuro". 

A África do Sul "só tem a ganhar" se "continuar a caminhar como uma  nação que tem diversidade, mas que, no essencial, tem unidade", sustentou.

O país de Mandela, destacou, é hoje "uma economia emergente, com uma  sólida presença em África" e "respeitada e respeitável no mundo", governada  por um partido maioritário, mas com "oposição institucional alternativa".  Em resumo, "a página do apartheid foi virada", disse. 

O ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros - que nessa qualidade  visitou a África do Sul em março de 2012 - assinalou ainda que "os muitos  portugueses que vivem na África do Sul têm sido bem tratados pelos governos  da África do Sul", onde estão "perfeitamente integrados na economia, na  cultura, nas instituições sul-africanas".  

 

     

Lusa