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Observatório sírio diz-se vítima de ameaças de morte 

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos  (OSDH), uma das principais fontes de informação dos 'media' internacionais  sobre a guerra na Síria, afirmou hoje ter recebido "grande quantidade" de  ameaças de morte de extremistas islâmicos. 

© Stringer . / Reuters

"Recentemente temos recebido uma grande quantidade de ameaças de morte  (...), seja na página do OSDH (no Facebook), nas contas (Skype) ou nos endereços  de correio eletrónico de muitos dos seus membros e de militantes", indicou  a organização não-governamental num comunicado. 

O Observatório, com sede no Reino Unido, divulga desde o início do conflito  na Síria, em março de 2011, balanços de vítimas e informações sobre combates,  apoiando-se numa rede de fontes no terreno que vão desde militantes da oposição  a pessoal médico e civis. 

O diretor do Observatório, Rami Abdel Rahman, disse à agência France  Presse que as ameaças partem de "extremistas islâmicos", sem contudo nomear  qualquer grupo em particular. 

"Estes grupos tentam localizar as nossas fontes nas regiões que controlam",  nomeadamente no norte, no leste e na província de Damasco, disse. "Essas  fontes estão ameaçadas", sublinhou, explicando estar a falar das ameaças  "mais sérias" que a ONG alguma vez recebeu. 

Segundo Abdel Rahman, as ameaças multiplicaram-se depois de o Observatório  ter divulgado, na sexta-feira, uma informação sobre a morte de dezenas de  rebeldes islamitas numa emboscada do exército sírio perto de Damasco. 

"A todas as partes que nos acusaram de falsear os factos, afirmando  que designámos mártires civis como rebeldes (...), exigimos que publiquem  os nomes ou as fotos desses civis", afirma a organização no comunicado.

"Não é espantoso que, vários dias depois do incidente, não tenha aparecido  uma foto ou o nome de uma única criança ou de uma única mulher supostamente  mortos às dezenas nesta emboscada?", questionou. 

Rami Abdel Rahman, um pseudónimo do empresário que dirige o Observatório  desde a sua criação em 2006, disse à France Presse que a organização comunica  com "230 ativistas -- professores, advogados, médicos, jornalistas -- mas  também cerca de 5.000 informadores externos" no terreno, incluindo funcionários  do regime de Bashar al-Assad, soldados, rebeldes e jihadistas. 

Lusa