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Partido da oposição da Ucrânia receia a instauração do estado de emergência

O partido da antiga chefe de governo ucraniana, Yulia Timoshenko, alertou hoje que as autoridades de Kiev admitem a instauração  do estado de emergência no país para neutralizar o movimento de protesto.

© Vasily Fedosenko / Reuters

Na sexta-feira, os serviços de segurança da Ucrânia (SBU) anunciaram  o início de "investigações criminais" que a oposição encara como uma tentativa  de tomada do poder. 

"O anúncio da SBU é um elemento indicativo do uso da força e de possíveis  planos para a instauração do estado de emergência", disse hoje à France  Press Grygoriy Nemyria, do partido Batkivshchyna (Pátria), na oposição.

O conflito político entre a oposição e o presidente Viktor Ianukovych  prolonga-se há mais de dois meses. 

A crise mais grave desde a independência do país, em 1991, começou na  altura em que o chefe de Estado afastou a possibilidade de acordo de associação  entre a Ucrânia e a União Europeia. 

Nas últimas semanas, os confrontos agravaram-se com os manifestantes  em várias cidades a exigirem o afastamento do chefe de Estado e a realização  de eleições legislativas e presidenciais. 

Na sexta-feira, as Forças Armadas pediram também a Ianukovich para adotar  com urgência medidas no sentido de acabar com a instabilidade politica.

O líder do Batkivschyna, Arseny Yatsenyuk, reagiu de imediato junto  de representantes europeus afirmando "ser muito possível" que o Exército  seja utilizado contra os manifestantes. 

"Este é mais um elemento que indica que existem planos para uma possível  introdução do estado de emergência", acrescentou Nemyria. 

"O envolvimento do Exército não se registou durante a 'Revolução Laranja'  (2004). Isto é inaceitável", afirmou. 

     

Lusa