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Kerry acusa Rússia de favorecer permanência de al-Assad no poder na Síria 

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry,  acusou hoje a Rússia de "permitir" ao Presidente da Síria, Bashar al-Assad,  permanecer no poder, depois de a segunda ronda de negociações de paz ter  terminado no sábado sem avanços. 

Secretário de Estado norte-americano, John Kerry (Reuters/Arquivo)
© Brian Snyder / Reuters

"O regime obstruiu, não fez mais do que continuar a bombardear o seu  próprio povo com barris de explosivos e a destruir o seu próprio país. E  eu lamento ter de dizer que ele o fez com o apoio do Irão, do Hezbollah  e da Rússia", disse numa conferência de imprensa em Jacarta.  

"A Rússia deve fazer parte da solução em vez de fornecer ainda mais  armas e ainda mais ajudas (ao regime sírio) para favorecer Assad", acrescentou.

A conferência de paz Genebra II foi iniciada pelos Estados Unidos, que  apoia a coligação da oposição síria, e Moscovo, que apoia o governo em Damasco,  escreve a AFP. 

Mas a segunda ronda das negociações terminou sem resultados no sábado,  colocando o futuro das negociações para pôr fim a três anos de conflito  em dúvida. 

O comunicado de Genebra I, adotado em 2012 pelas grandes potências,  prevê o "fim da violência sob todas as formas" e a formação de uma "autoridade  governamental de transição", mas sem mencionar o destino de Assad.  

No primeiro encontro direto desde o início da guerra, as duas partes  insistiram nas suas posições. A questão do destino do Presidente sírio,  decisiva nesta batalha negocial entre poder e oposição, acabou por bloquear  o diálogo em finais de janeiro.  

A guerra na Síria, onde uma revolta pacífica desencadeada em 15 de março  de 2011 evoluiu para um conflito armado face à repressão do regime, já provocou  mais de 136.000 mortos e milhões de refugiados e deslocados.  

 

Lusa