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Putin pede a líderes internacionais que impeçam escalada de violência na Ucrânia

O Presidente russo, Vladimir Putin, pediu  hoje a vários líderes ocidentais que ajudem a impedir a escalada de violência  na Ucrânia, apelando também para a sua contribuação no processo de estabilização  daquele país, divulgou o Kremlin. 

(Reuters)
© Baz Ratner / Reuters

De acordo com a Presidência russa, Putin abordou a crise ucraniana em  conversas telefónicas com a chanceler alemã, Angela Merkel, com o primeiro-ministro  britânico, David Cameron, e com o presidente do Conselho Europeu, Herman  Van Rompuy. 

"Foi destacada a enorme importância de impedir uma escalada de violência  e a necessidade de uma rápida estabilização" na Ucrânia, indicou um comunicado  do Kremlin. 

Putin acordou com os três interlocutores, segundo a mesma nota informativa,  "ativar a cooperação a nível da diplomacia" para tentar acalmar a situação  na antiga república soviética. 

Momentos antes, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo rejeitou  possíveis consultas com a Ucrânia em virtude dos recentes incidentes na  república autónoma ucraniana da Crimeia, onde tem vindo a crescer a tensão  entre a maioria pró-russa e as novas autoridades de Kiev. 

"O lado russo encara os acontecimentos na república autónoma da Crimeia  como uma consequência dos recentes processos políticos internos na Ucrânia  e nesse contexto não considera necessário envolver-se nas consultas bilaterais  urgentes propostas pelo lado ucraniano", esclareceu a diplomacia russa.

A Ucrânia pediu hoje uma reunião urgente ao Conselho de Segurança da  ONU para analisar a situação no país, em particular na Crimeia, onde o atual  clima de tensão "pode representar uma ameaça para a paz e segurança internacionais".

Homens armados, alguns exibindo bandeiras russas, entraram hoje de madrugada  nos aeroportos de Sebastopol e Simferopol, as principais cidades da Crimeia,  ação que o ministro do Interior ucraniano, Arseni Avakov, qualificou de  "invasão militar e ocupação". 

Estes incidentes ocorreram um dia depois de grupos armados terem tomado  de assalto as sedes do Parlamento e do governo autónomo da Crimeia. 

A república autónoma ucraniana da Crimeia tem presenciado nos últimos  dias fortes tensões separatistas. 

A Crimeia era considerada pela União Soviética como parte da Rússia,  mas foi anexada à Ucrânia em 1954 e continua a albergar a frota naval russa  do Mar Negro na cidade portuária de Sebastopol. 

Lusa