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Putin diz que Rússia "continua aberta" a solução para problema do gás na Ucrânia

O Presidente Vladimir Putin disse hoje que a Rússia "continua aberta" a negociações sobre a dívida de gás da Ucrânia, acusando a União Europeia (UE) de não apresentar propostas concretas para evitar um corte de abastecimento no próximo mês.

"Esperamos também que a Comissão Europeia participe mais ativamente no diálogo, a fim de elaborar soluções específicas e justas para ajudar a estabilizar a economia da Ucrânia", acrescentou Vladimir Putin. (AP)
Mikhail Klimentyev

Numa carta aberta aos líderes europeus, o Presidente russo também pediu a Bruxelas para "se envolver mais ativamente" para encontrar formas de estabilizar  a crise na economia Ucraniana. 

"Infelizmente, temos de dizer que não recebemos nenhuma proposta concreta de nossos parceiros sobre uma forma de estabilizar a situação", disse Putin,  numa carta divulgada pelo Kremlin, de acordo com a Agência France Presse  (AFP). 

Putin afirmou que a Rússia foi "forçada" a ameaçar cortar o fornecimento de gás a partir de 3 de junho depois da mudança para pagamentos adiantados  porque a Ucrânia acumulou uma dívida de gás de 2,6 mil milhões de euros.

"A Federação da Rússia ainda está aberta para continuar as consultas e trabalhar em conjunto com os países europeus, a fim de normalizar a situação",  disse Putin. 

"Esperamos também que a Comissão Europeia participe mais ativamente no diálogo, a fim de elaborar soluções específicas e justas para ajudar a estabilizar a economia da Ucrânia", acrescentou. 

Cerca de 15% de todo o gás consumida na Europa é distribuído pela Rússia através da Ucrânia e Bruxelas teme que um corte leve a interrupções no fornecimento  para a UE. 

Em resposta, a Comissão Europeia classificou as afirmações de Putin como "infundadas", destacando que Bruxelas procurou negociações durante "muito tempo". 

"Até agora foram feitos alguns progressos e a Rússia e a Ucrânia devem agora trabalhar sobre isso, nomeadamente quanto à definição do preço do  gás", disse a porta-voz da Comissão, Pia Ahrenkilde-Hansen. 

"Deixe-me reiterar a expectativa clara da UE de que todos os lados envolvidos permaneçam confiáveis e fornecedores responsáveis, no seu próprio interesse.  A energia não deve ser usado como uma arma política". 

A Ucrânia recusou cumprir as suas obrigações em protesto contra a decisão  de Moscovo de quase duplicar o preço que cobra a Kiev para importações de gás. 

O perigo para os países da UE é que a Ucrânia, cujos cofres estaduais  estão vazios e quase totalmente dependentes de 17 mil milhões de dólares prometidos pelo Fundo Monetário Internacional, não irá cobrir a sua dívida  e ficará com o gás que a Rússia tinha reservado para seus clientes europeus.

Na terça-feira, o primeiro ministro ucraniano, Arseniy Yatsenyuk, disse em Bruxelas que seu governo levaria a Rússia a tribunal, a menos que aquele país aceite um contrato de fornecimento de gás com base em preços de mercado.

Lusa