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Guiné Equatorial aceite por consenso como membro de pleno direito da CPLP

A Guiné Equatorial foi hoje aceite por consenso como membro de pleno direito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), sem que tenha havido uma votação, disseram fontes das delegações de Portugal e do Brasil.

© Luc Gnago / Reuters
© Luc Gnago / Reuters

Fonte da delegação portuguesa disse aos jornalistas portugueses que  "houve um consenso generalizado" favorável à entrada da Guiné Equatorial,  mas também um "debate intenso", suscitado por Portugal, na sequência do  qual ficou combinado que o Presidente deste novo membro da CPLP, Teodoro  Obiang, deve explicar os passos já dados e previstos para cumprir as condições  de adesão. 

Por sua vez, fonte da delegação brasileira, questionada pela Lusa, afirmou  que os Estados-membros da CPLP "decidiram incorporar" a Guiné Equatorial,  não tendo havido uma votação, mas "uma formação de uma opinião geral", que  envolveu um debate: "As pessoas discutem, colocam os seus problemas, as  suas visões". 

Esta decisão foi tomada na sessão restrita da X Cimeira da CPLP, que  decorre em Díli, Timor-Leste, na qual a Guiné Equatorial não participou.

Durante esta sessão, segundo a referida fonte da delegação portuguesa,  o Presidente da República de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, vincou os princípios  fundadores desta comunidade de países - que incluem o respeito pelos direitos  humanos e o uso do português como língua oficial - e invocou o roteiro estabelecido  para a adesão da Guiné Equatorial. 

De acordo com esta fonte, o primeiro-ministro português, Pedro Passos  Coelho, falou depois, reforçando o sentido da intervenção de Cavaco Silva,  e é agora esperado que Teodoro Obiang exponha de que forma está a cumprir  as condições de adesão e que apoio necessita da parte da CPLP para cumprir  tudo o que esta comunidade espera da Guiné Equatorial. 

Os trabalhos foram interrompidos para almoço. 

O roteiro estabelecido pela CPLP para a adesão da Guiné Equatorial incluía  o fim da pena de morte e medidas destinadas a promover o uso do português,  num país onde a língua mais falada é o castelhano.