Thokozile Masipa, a juíza de Pretoria perante a qual o atleta sul-africano comparece desde o início do seu julgamento, a 03 de março, suspendeu a leitura do veredicto até sexta-feira, depois de ter afastado a tese da premeditação da acusação.
A juíza considerou que o Ministério Público "não conseguiu provar além de qualquer dúvida razoável que o acusado é culpado de assassínio premeditado", bem como que Pistorius, apesar das debilidades do seu depoimento, tinha motivos para acreditar que a sua vida estava ameaçada.
"O acusado não pode, portanto, ser culpado de assassínio", disse Masipa, que, contudo, abriu o caminho para uma possível condenação por homicídio involuntário.
"Sou da opinião que o acusado agiu muito rapidamente e fez um uso excessivo da força. Nestas circunstâncias, é claro que foi negligente", adiantou a juíza, argumentando que o atleta podia ter pedido ajuda quando pensou que um intruso tinha entrado em sua casa.
Oscar Pistorius, de 27 anos, matou a sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp, de 29 anos, às primeiras horas do dia 14 de fevereiro de 2013, com quatro tiros disparados através da porta da casa de banho da sua habitação em Pretoria.
Segundo a acusação, o atleta matou a modelo de forma premeditada, depois de uma discussão, enquanto a defesa sustentou que Pistorius disparou sobre o que pensava ser um intruso e por se sentir em perigo.
A absolvição do atleta não está completamente afastada, mas caso seja condenado a uma pena de prisão esta só será pronunciada daqui a três ou quatro semanas, no final de um "minijulgamento" onde a defesa poderá alegar circunstâncias atenuantes.
Oscar Pistorius tornou-se, em 2012, no primeiro corredor com as duas pernas amputadas a disputar uns Jogos Olímpicos, tendo conseguido chegar às meias-finais da prova de 400 metros.
Lusa