Após o afastamento compulsivo de Morsi em julho de 2013, numa ação liderada pelo ex-chefe das forças armadas e atual presidente Abdel Fatah al-Sisi, os seus apoiantes têm sido alvo de uma sangrenta repressão que já provocou cerca de 1.400 mortos e pelo menos 15.000 detenções.
Um tribunal do Cairo condenou hoje 63 indiciados a 15 anos de prisão e outros cinco a 10 anos de prisão por envolvimento numa manifestação que degenerou em confrontos com a polícia no centro da capital em 6 de outubro de 2013, por ocasião do 40º aniversário da guerra israelo-árabe de 1973, referiu fonte judicial citada pela agência noticiosa AFP.
Os apoiantes de Morsi apelaram nesse dia a uma manifestação contra a sua destituição, e posterior detenção. Na sequência dos protestos, mais de 50 pessoas foram mortas em incidentes e confrontos em diversas regiões do país.
O tribunal também ordenou que todos os condenados neste processo sejam colocados sob vigilância policial por um período de cinco anos e após terem cumprido a sentença.
Na sequência da destituição de Morsi, centenas dos seus apoiantes -- conotados com a Irmandade Muçulmana ou o seu braço político Partido Liberdade e Justiça, entretanto ilegalizados ou dissolvidos -- foram condenados à morte em processos expeditivos de alguns minutos, por violências à margem de manifestações duramente reprimidas pela polícia.
Dezenas de jovens laicos, incluindo diversos dirigentes da revolta popular que implicou a demissão do ex-presidente autocrata Hosni Mubarak em fevereiro de 2011, também foram detidos por participação em "manifestações ilegais", na sequência da lei adotada em novembro e que proíbe qualquer protesto sem autorização prévia do ministério do Interior.
Lusa
