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Mulheres yazidi resgatadas ao Daesh vencem Prémio Sakharov 2016

Nadia Murad e Lamiya Aji Bashar, duas mulheres yazidi que sobreviveram à escravatura sexual do Daesh, venceram o prémio do Parlamento Europeu para os direitos humanos.

Nadia Murad
Nadia Murad
© Chris Wattie / Reuters

A escolha foi feita hoje em conferência de presidentes da assembleia europeia, reunida em sessão plenária em Estrasburgo, anunciou o grupo político dos Liberais (ALDE), que propôs os nomes de Nadia e Lamiya para a edição deste ano do Prémio Sakharov.

Nadia Murad Basee e Lamiya Aji Bashar, foram escolhidas pelos esforços na defesa da comunidade yazidi e das mulheres que sobrevivem à escravidão sexual às mãos dos jihadistas, tendo-se tornado porta-vozes da sua comunidade na denúncia dos crimes de guerra e genocídio perpetrados pelo Daesh.

Ambas são oriundas de Kocho, uma aldeia iraquiana que foi tomada pelo Daesh em 2014, com centenas de mulheres e raparigas yazidis a serem raptadas e escravizadas sexualmente pela organização extremista.

O prémio deverá ser entregue a 14 de dezembro em Estrasburgo.

Os outros dois finalistas na edição deste ano do Prémio Sakharov eram o jornalista turco Can Dundarn, detido depois de o jornal que dirige ter noticiado o alegado contrabando de armas dos serviços de informações do país para rebeldes na Síria, e Mustafa Dzhemilev, líder tártaro na Crimeia (território ucraniano anexado pela Rússia), defende os direitos humanos e das minorias há mais de 50 anos.

O Prémio Sakharov da liberdade de pensamento, no valor de 50 mil euros, foi entregue em 2015, ao blogger saudita Raif Badawi que cumpre uma pena de dez anos de prisão por "insultos ao Islão".

Nelson Mandela e o dissidente soviético Anatoly Marchenko (a título póstumo) foram os primeiros galardoados, em 1988.

Em 1999, o galardão foi entregue a Xanana Gusmão (Timor-Leste) e, em 2001, ao bispo Zacarias Kamwenho (Angola).