O G1 informou que os autocarros que circulam em Natal começaram a ser recolhidos por volta das 12:30 (14:30 Lisboa) desta quinta-feira.
A justificação é a falta de segurança dado que 21 autocarros e um miniautocarro foram queimados. Os incêndios de autocarros começaram na quarta-feira, depois do Governo de Rio Grande do Norte ter transferido cerca de 200 presos alegadamente ligados à fação do Sindicato do Crime (SDC) da Penitenciária Alcaçuz, onde 26 presos foram assassinados domingo, numa operação em que participaram agentes do Batalhão de Operações Especiais e da polícia de choque.
Enquanto as autoridades procediam à transferência de prisioneiros, porém, pessoas encapuzadas incendiavam autocarros de transporte público e um veículo do Governo estatal nas ruas de Natal e em várias regiões metropolitanas.
Na manhã desta quinta-feira o governador de Rio Grande do Norte, Robinson Faria, anunciou que a situação estava fora de controlo e pediu o "envio imediato" de efetivos militares para conter os motins e revoltas nas ruas e prisões.
Enquanto o governador fazia o anúncio, em declarações a uma rádio local, grupos de presos na Penitenciária de Alcaçuz voltaram a amotinar-se iniciando um violento confronto entre si e com funcionários da unidade prisional.
As agressões foram provocadas por grupos de presos que pertencem as fações rivais Primeiro Comando da Capital (PCC) e Sindicato do Crime do Rio Grande do Norte, que ainda se mantém barricados e podem ser vistos nos telhados dos pavilhões.
Problemas graves no sistema prisional do Brasil ficaram mais evidentes no início deste ano. Pelo menos 130 presos já foram brutalmente assassinados no interior de diferentes estabelecimentos prisionais de Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte em confrontos provocados por grupos criminosos rivais.
Esta luta pelo poder junta-se aos habituais problemas de excesso populacional nas prisões e das péssimas condições do sistema penitenciário do Brasil.
Lusa