Em certos locais da costa texana, entre sábado e quarta-feira, a precipitação quase que atingiu os 132 centímetros, segundo o Serviço Meteorológico Nacional.
O recorde está em 131,7 centímetros no canal marítimo Cedar Bayou, que passa a constituir a precipitação máxima no território continental dos EUA durante um furacão.
Este valor exclui as precipitações ocorridas na Luisiana, onde o Harvey chegou na quarta-feira.
Esta tempestade, por outro lado, provocou, direta ou indiretamente, 33 mortes, segundo o último balanço fornecido e pelas autoridades norte-americanas.
A morte de 10 pessoas foi confirmada em vários condados no sudeste do Texas, enquanto 23 outras mortes "estão potencialmente ligadas ao Harvey", anunciou Tricia Bentley, porta-voz do serviço dos médicos legistas de Harris, o condado onde está a cidade de Houston, particularmente afetada pela tempestade e pelas suas chuvas devastadoras.
Este balanço permanece baixo, quando comparado com o do furacão Katrina, que provocou 1.800 mortos entre a população de Nova Orleães, vítima da subida brutal nas águas do mar e da rutura dos diques.
Mas os responsáveis texanos receiam que o balanço se agrave à medida que a água recue e o acesso às zonas mais inundadas seja facilitado.
Na prestação de socorro, a agência federal de situações de emergência (FEMA, na sigla em Inglês) instalou 230 centros de acolhimento temporários, com capacidade de receber até 30 mil pessoas.
A FEMA adiantou que, com referência a quarta-feira, existiam 1.800 pessoas instaladas em hotéis.
A Cruz Vermelha dos EUA indicou que mais de 32 mil pessoas tinham dormido nos seus refúgios ou em instituições com quem têm parcerias.
O chefe da polícia de Houston, Art Acevedo, informou, na terça-feira, que os seus agentes tinham socorrido mais de 3.500 pessoas.
O diretor da FEMA, Brock Long, admitiu que as pessoas com necessidade de assistência pudessem atingir as 450 mil.
Ainda segundo a FEMA, até à manhã de quarta-feira existiam 195 mil pessoas registadas para beneficiarem de uma ajuda financeira de urgência.
A este título, a agência já tinha concedido 35 milhões de dólares (29 milhões de euros).
Especialistas ouvidos pela Bloomberg estimam que os prejuízos materiais se situem entre os 30 mil milhões e os 100 mil milhões de dólares.
Na sua maioria, estes estragos não estão cobertos pelo seguro.
Lusa