"Posso confirmar a interferência russa, detetada pelo Centro Nacional de Cibersegurança do Reino Unido (NCSC, na sigla inglesa) durante o ano passado, que incluiu ataques a empresas dos setores da comunicação social, telecomunicações e energia", afirmou Ciaran Martin.
O NSBC, integrado nos serviços secretos de segurança do Governo britânico, responsável pela cibersegurança, esteve "ativamente empenhado com parceiros internacionais, indústria e sociedade civil" na contenção da ameaça russa, esclareceu.
"A Rússia está empenhada em destruir o sistema internacional. Isso é claro. A primeira-ministra britânica sublinhou esse objetivo esta segunda-feira. A ordem internacional como a conhecemos está em perigo de ser destruída", garantiu o diretor-geral do NCSC.
No início da semana, no seguimento de novas notícias sobre alegadas interferências russas, Theresa May enviou um recado a Moscovo:
"Tenho uma mensagem muito clara para a Rússia (...) Sabemos o que estão a fazer, garanto que não terão êxito porque vocês subestimam a resiliência das nossas democracias, a atração duradoura das sociedades livres e abertas, e o compromisso das nações ocidentais face às alianças que nos unem".
Uma investigação revelada pelo britânico The Guardian revelou interferências russas, através da rede social Twitter, nos dias que antecederam o referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia.
Ciaran Martin não forneceu detalhes sobre as empresas que foram alvo de ataque de hackers russos, mas exlivou que a NCSC acredita que os hackers visaram diversos objetivos, e que o funcionamento de vários sistemas de controlo industrial e serviços de múltiplas organizações foi seriamente comprometido.
O referendo sobre o Brexit realizou-se a 23 de junho de 2016. Durante esse mês, o Parlamento britânico foi alvo de um ciberataque que atingiu as caixas de mails dos deputados.