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Assad e apoiantes "devem prestar contas" caso se confirme ataque químico, avisa May

O regime de Bashar al-Assad e os seus aliados, como a Rússia, "devem prestar contas" se a sua responsabilidade for determinada no alegado ataque químico à zona rebelde de Ghouta (Síria), advertiu hoje a primeira-ministra britânica, Theresa May.

Assad e apoiantes "devem prestar contas" caso se confirme ataque químico, avisa May
Mads Claus Rasmussen

"O Reino Unido condena firmemente o recurso às armas químicas em qualquer circunstância e devemos determinar urgentemente o que aconteceu no sábado", declarou May durante uma deslocação a Copenhaga.

"Se forem reconhecidos como responsáveis, o regime (sírio) e os seus apoiantes, entre os quais a Rússia, devem prestar contas", adiantou.

Um presumível ataque químico a Douma, última bolsa rebelde na região de Ghouta oriental nos arredores de Damasco, causou no sábado 48 mortos, segundo os "Capacetes Brancos", uma organização dedicada ao resgate de vítimas das zonas sob controlo dos rebeldes.

Os "Capacetes Brancos" e a organização Sociedade Médica Síria-Americana atribuíram no domingo a responsabilidade pelo ataque às forças leais ao presidente Baschar al-Assad, o que é contestado pela Rússia, que disse hoje que não encontrou "nenhum vestígio" de produtos químicos em Douma.

Para Theresa May, se este novo ataque químico for confirmado, "constituirá mais uma ilustração da brutalidade do regime de Assad e do seu insolente desrespeito pelo seu próprio povo e as suas obrigações legais de não utilizar este tipo de armas".

Os Estados Unidos e a França ameaçaram com ataques na Síria, tendo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertido o regime e os seus aliados de que poderiam "pagar o alto preço" pelo presumível ataque químico. Trump classificou Assad de "animal".

A Organização para a Proibição das Armas Químicas anunciou hoje que investiga informações sobre o presumível ataque químico a Douma, adiantando que os especialistas analisam dados "de todas as fontes disponíveis" e que darão conta das suas conclusões aos 192 países signatários da Convenção sobre a proibição das armas químicas de 1993, à qual a Síria aderiu em 2013.

Nove países pediram uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para analisar a questão, que está marcada para hoje às 19:00 TMG (20:00 em Lisboa).

Lusa