Mundo

ONU avisa que não há soluções mágicas para crise dos rohingya

Uma equipa do conselho de segurança das Nações Unidas que está no Bangladesh prometeu este domingo trabalhar para resolver a crise de milhares de muçulmanos rohingya exilados no país, mas avisa que não há soluções mágicas.

ONU avisa que não há soluções mágicas para crise dos rohingya
Kevin Fogarty

Os diplomatas, que visitaram vários acampamentos e pontos de fronteira onde cerca de 700 mil rohingya se abrigam, consideraram que a visita era uma oportunidade para analisar a situação no local.

O embaixador russo nas Nações Unidas, Dmitry Polyansky, disse que a equipa não vai desviar o olhar da crise após a visita, apesar de alertar que não há soluções simples.

"É necessário vir e ver tudo aqui no Bangladesh e em Myanmar, mas não há soluções mágicas, não há magia para resolver todos estes problemas", disse numa conferência de imprensa no campo de refugiados de Kutupalong, no litoral.

Cerca de 700 mil rohingyas estão refugiados desde meados de agosto passado no território bangladeshiano.

Estes refugiados são oriundos do Estado de Rakhine (oeste da Birmânia, atualmente Myanmar) e fugiram depois de terem sido vítimas de uma campanha de repressão por parte do exército birmanês.

Estes refugiados juntaram-se a outros 200 mil rohingyas que já estavam a viver no território do vizinho Bangladesh.

O êxodo dos rohingyas teve início em meados de agosto, quando foi lançada uma operação militar do exército de Myanmar contra o movimento rebelde Exército de Salvação do Estado Rohingya devido a ataques da rebelião a postos militares e policiais.

Desde que a nacionalidade de Myanmar lhes foi retirada em 1982, os rohingyas têm sido submetidos a muitas restrições: não podem viajar ou casar sem autorização, não têm acesso ao mercado de trabalho, nem aos serviços públicos (escolas e hospitais).

Lusa