"Hoje anuncio que os Estados Unidos se retiram do acordo nuclear com o Irão", disse Trump numa declaração à imprensa na Casa Branca, acrescentando que os Estados Unidos "voltarão a impor sanções económicas ao mais alto nível".
Donald Trump afirmou que tem "a prova" de que o Irão mentiu sobre o seu programa nuclear, classificando aquele país como "um regime de grande terror".
"Dentro de alguns instantes, vou assinar uma ordem presidencial para que se restabeleçam as sanções americanas ligadas ao programa nuclear do regime iraniano", informou, advertindo que "qualquer o país que venha a ajudar o Irão neste caso das armas nucleares poderá também ser fortemente sancionado pelos Estados Unidos".
Trump sustentou que o Irão merece um "Governo melhor" e que o futuro daquele país "pertence à sua população", assegurando, ao mesmo tempo, estar disponível para discutir uma solução "bem mais alargada".
"A América não será refém de acordos", sustentou o Presidente dos Estados Unidos, acrescentando que este anúncio "manda uma mensagem a todos de que a América não faz ameaças vãs".
Por outro lado, sublinhou que não permitirá que "um regime que tem cânticos de 'Morte à América' tenha acesso a armas nucleares".
Segundo o Presidente norte-americano, se os Estados Unidos permitissem a manutenção do acordo, brevemente existiria uma corrida ao armamento nuclear".
Trump referiu também que "nenhuma outra ação tomada pelo regime [iraniano] tem sido mais perigosa do que a sua demanda pelas armas nucleares e capacidade para as fornecer".
O acordo foi concluído em julho de 2015 entre o Irão e o grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU -- EUA, Rússia, China, França e Reino Unido -- e a Alemanha) e visa, em troca de um levantamento progressivo das sanções internacionais, assegurar que o Irão não desenvolve armas nucleares.
Conseguido depois de 21 meses de duras negociações, o acordo foi assinado, por parte dos Estados Unidos, pelo antecessor de Trump, Barack Obama.
As críticas do Trump ao pacto remontam à campanha para as presidenciais norte-americanas de 2016, quando afirmou que o acordo assinado por Barack Obama é "desastroso" e "o pior acordo alguma vez negociado" e prometeu que a sua "prioridade número um" seria "desmantelá-lo".
Para os Estados Unidos, e alguns aliados como Israel, o acordo é insuficiente e inclui disposições que permitem ao Irão desenvolver um programa militar dentro de alguns anos.
A União Europeia (UE), os países europeus signatários do acordo, a Rússia e a China defendem a manutenção do pacto, argumentando que ele impede efetivamente o Irão de desenvolver armas nucleares nos próximos anos.
Do lado iraniano, o principal interesse é não ser excluído do sistema financeiro e comercial mundial.
Lusa