"O nosso foco e prioridade neste momento é identificar e localizar o recipiente que acreditamos ser a fonte da contaminação", afirmou esta manhã o comissário adjunto da Polícia Metropolitana de Londres e responsável pela unidade de combate ao terrorismo, Neil Basu.
A polícia anunciou no domingo a abertura de uma investigação por homicídio após a morte de Dawn Burgess, de 44 anos, devido aos efeitos da substância química 'novichok'. A mulher estava internada em estado crítico há uma semana, à semelhança do companheiro, Charlie Rowley, de 45 anos, ambos residentes em Amesbury, no sul de Inglaterra.
"A reação deles foi tão acentuada que resultou na morte de Dawn e em Charlie estar gravemente doente. Isso significa que eles devem ter recebido uma dose elevada e a nossa teoria é que eles devem ter manuseado um recipiente de que estamos agora à procura", referiu.
O Laboratório de Ciência e Tecnologia de Defesa em Porton Down já tinha confirmado na semana passada que o casal tinha sido contaminado por este agente desenvolvido pela União Soviética, atual Rússia, nos anos 1970.
Esta substância é a mesma que esteve na origem do ataque a Sergei Skripal, um britânico de origem russa com 66 anos que tinha sido agente duplo dos dois países, e a filha de 33 anos, Yulia, de nacionalidade russa, no início de março na cidade vizinha de Salisbury.
Neil Basu referiu que o laboratório não foi ainda capaz de confirmar se o agente nervoso encontrado neste incidente está ou não ligado ao ataque aos Skripal, mas que essa é a principal linha de investigação.
No âmbito da investigação, foi imposta uma série de perímetros de segurança a edifícios e locais em Amesbury e Salisbury devido ao potencial risco para o público.
As autoridades britânicas atribuíram a Moscovo a responsabilidade pelo ataque de março, expulsando uma série de diplomatas russos do país, à semelhança do que fizeram em solidariedade os EUA e outros países, ao que a Rússia respondeu com a expulsão de diplomatas ocidentais.
Hoje, o porta-voz da Presidência russa (Kremlin), Dmitri Peskov, recusou de novo o envolvimento da Rússia nestes dois casos."Lamentámos profundamente a morte de uma cidadã britânica", acrescentou o porta-voz, precisando que a Rússia "continua muito preocupada com a presença de substâncias tóxicas no território do Reino Unido".
Lusa