"Os Estados membros da ONU devem terminar com o seu silêncio ensurdecedor sobre a Arábia Saudita e cumprir o dever de investigar a crueldade no Reino, para evitar novas violações ultrajantes de direitos humanos, no país e no Iémen", disse Samah Hadid, diretora de campanhas da Amnistia Internacional no Médio Oriente.
O Conselho dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas analisa hoje a situação na Arábia Saudita, perante pressões internacionais para mais vigilância sobre a atuação do governo daquele país.
"A morte horrível de Jamal Khashoggi mostrou até que ponto as autoridades da Arábia Saudita podem ir na repressão à dissidência pacífica, uma repressão que se intensificou desde que Mohammad bin Salman se tornou Príncipe da Coroa", diz a responsável da organização não-governamental Amnistia Internacional.
Para esta organização não-governamental, a Arábia Saudita tem um terrível cadastro na área dos direitos humanos e tem falhado "na implementação das recomendações com as quais se comprometeu", perante o Conselho dos Direitos Humanos da ONU.
Estas preocupações da Amnistia Internacional podiam ser encontradas já num relatório, de julho deste ano, em que se documentavam violações de direitos humanos na Arábia Saudita.
Entre as violações, registava-se a repressão de liberdade de expressão, aumento de execuções e discriminação contra as mulheres e contra a minoria xiita.
"O escrutínio e a ação forte dos estados membros da ONU são agora mais cruciais do que nunca", conclui Samah Hadid, da Amnistia Internacional, considerando que a comunidade internacional tem o dever de travar esta "implacável violação de direitos humanos".
A organização pede que todos os países suspendam a venda de armas à Arábia Saudita, bem como aos seus países aliados, para travar os crimes de guerra, nomeadamente no Iémen.
A Amnistia Internacional elogia os esforços dos relatores das Nações Unidas que se deslocaram à Arábia Saudita nos dois últimos anos, criticando o governo saudita por ainda não ter facilitado novas visitas, em particular do relator especial destacado para a missão.
Lusa