A Autoridade Nacional de Aviação Civil decretou esta terça-feira a interdição do espaço aéreo português ao Boeing 737 Max-8. O Conselho de Administração da ANAC esteve reunido, de emergência, esta tarde e a decisão entra em vigor ainda hoje.
Entre as companhias aéreas portuguesas, nenhuma dispõe do mais recente modelo do 737 mas várias estrangeiras voam aparelhos, semelhantes ao acidentado na Etiópia. Veja aqui a lista dos países que tomaram a decisão.
A própria Agência Europeia para a Segurança na Aviação anunciou também, no Twitter, que as operações que envolvam o Boeing 737 Max-8 estão suspensas a partir das 19:00. Em sentido contrário, a congénere americana mantém a confiança no aparelho e não tomou o mesmo rumo das autoridades europeias de aviação civil.

737 da Boeing está a passar por uma das fases mais difíceis
Depois de dois acidentes em menos de cinco meses, a empresa começou a ressentir-se nas bolsas mundiais. Na segunda-feira, as ações da Boeing caíram 12% na bolsa de Wall Street.

Antes da queda de um aparelho na Etiópia, outro do mesmo modelo tinha conhecido desfecho idêntico na Indonésia, em outubro passado. Em ambos, morreram quase 350 pessoas.
As circunstâncias em que aconteceram os dois acidentes são muito semelhantes. Os dois aviões levantaram voo, instantes depois comunicaram problemas para a torre de controlo, pediram para voltar para o aeroporto de partida mas não conseguiram e acabaram por cair.

Pilotos "não estão suficientemente informados" sobre novo modelo da Boeing
O comandante Paulo Soares, especialista em acidentes aéreos, acredita que os pilotos não estão suficientemente informados sobre o novo modelo da Boeing que caiu este fim de semana na Etiópia.
Em entrevista na Edição da Noite, Paulo Soares reiterou que é preciso investigar sobre o que poderá estar a falhar no Boeing 737 Max-8.
Avião caiu seis minutos após descolar
A queda de um Boeing 737 Max-8 da Ethiopian Airlines no domingo, em Adis Abeba, causou a morte de todos os passageiros a bordo. Ao todo, morreram 157 pessoas de mais de 30 países, entre as quais 32 quenianos, 18 canadianos e sete britânicos. Mas dois homens que tinham bilhete para o voo com destino a Nairobi acabaram por não embarcar.
A duas caixas negras do avião foram encontradas no local e enviadas para análise. Um responsável da aviação, citado pela agência Associated Press sob anonimato, adiantou, no entanto, que as caixas ficaram parcialmente destruídas.