A investigação da Polícia Civil brasileira aponta que o agente militar reformado suspeito do homicídio de Marielle Franco tinha uma "singular obsessão" pelo deputado federal Marcelo Freixo, padrinho político da vereadora.
Em entrevista na quarta-feira à rádio CBN, o deputado do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Marcelo Freixo, declarou que foi informado, em fevereiro passado, sobre as pesquisas que Ronnie Lessa teria feito acerca da sua vida pessoal e dos seus familiares.
"Fui avisado, sim. Evidentemente, não falei nada sobre o assunto pois não poderia e tenho um respeito muito grande pela investigação. Sabia que ele [Ronnie Lessa, agente militar reformado] me tinha investigado. Ele começou a fazer o levantamento em outubro de 2017", declarou Marcelo Freixo, padrinho político e amigo pessoal da vereadora.
O polícia Giniton Lages, responsável pelo homicídio da vereadora e do seu motorista informou que, na investigação, descobriu-se que Ronnie Lessa efetuou pesquisas sobre Marcelo Freixo, sobre a mulher do deputado e ainda acerca de outras autoridades públicas, como Richard Nunes, general que trabalhou como secretário de Segurança durante a intervenção federal no Rio de Janeiro.
Na entrevista à CBN, Freixo refutou a possibilidade de o assassinato de Marielle Franco se ter devido a um crime de ódio.
"Os suspeitos são mercadores de mortes, pagos para matar alguém. Agora querem-nos convencer que eles mataram [a Marielle] por conta própria, por crime de ódio? São profissionais do crime. Não dá nem para começar a conversar sobre isso", frisou.
Suspeitos dos homicídios foram detidos
A polícia brasileira prendeu na terça-feira dois antigos agentes da Polícia Militar no Rio de Janeiro suspeitos dos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, noticiou o portal de notícias da Globo, G1.
Segundo a mesma fonte, agentes da Divisão de Homicídios e promotores do Ministério Público estadual do Rio de Janeiro prenderam o polícia militar reformado Ronnie Lessa, 48 anos, e o ex-polícia militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos, apontados como suspeitos dos dois assassinatos.
Ronnie Lessa é apontado pelas investigações como o suspeito que disparou sobre Marielle Franco.
Marielle Franco, vereadora no Rio de Janeiro pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), e defensora dos direitos humanos, foi assassinada na noite de 14 de março de 2018, há precisamente um ano, quando viajava de carro pelo centro do Rio de Janeiro, depois de participar num ato político com mulheres negras.
De acordo com o G1, o autor dos disparos contra a vereadora realizou "pesquisas na internet sobre locais que a vereadora frequentava" e a investigação apurou também que "desde outubro de 2017" pesquisava também "a vida do então deputado estadual Marcelo Freixo".
Com Lusa