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Humorista abandona atuação em Nova Iorque devido à presença de Weinstein

Kelly Bachman explicou que, por ter sido já vítima de assédio sexual por três pessoas, se sentiu na obrigação de confrontar Harvey Weinstein.

Humorista abandona atuação em Nova Iorque devido à presença de Weinstein
Mike Blake

A humorista norte-americana Kelly Bachman abandonou, na quarta-feira, um bar de comédia, em Nova Iorque, depois de ter criticado a presença, entre a audiência, do produtor Harvey Weinstein, envolvido num escândalo de assédio sexual.

De acordo com a CNN, Kelly Bachman aproveitou o tempo de atuação no espaço Downtime Bar, para confrontar o produtor, dizendo que tinha obrigação de revelar que estava "um elefante na sala", um "Freddie Krueger" (personagem do filme "Pesadelo em Elm Street"), tendo sido vaiada e mandada calar por algumas pessoas da audiência.

Segundo descrição do canal de televisão, uma mulher que estava a assistir ao espetáculo exigiu que Harvey Weinstein saísse da sala, mas foi ela e a humorista que acabaram por abandonar o espaço.

À revista Variety, Kelly Bachman explicou que, por ter sido já vítima de assédio sexual por três pessoas, se sentiu na obrigação de confrontar Harvey Weinstein.

O produtor norte-americano, de 67 anos, começará a ser julgado em janeiro acusado de vários crimes de assédio, abuso sexual e tentativa de violação.

Afirmando-se inocente, Harvey Weinstein considera que todos os encontros sexuais em que se envolveu foram consentidos.

À CNN, um porta-voz de Harvey Weinstein disse que o produtor estava apenas com amigos e a "tentar encontrar algum consolo num momento em que a vida ficou de pernas para o ar. Aquela cena foi desnecessária, grosseira e é um exemplo de como o processo [judicial] está a ser trucidado pelo público".

Esta semana, a atriz Rose McGowan, uma das vozes que estiveram na origem das denúncias de assédio sexual na indústria cinematográfica dos Estados Unidos, e que deu origem ao movimento de denúncia #Metoo, apresentou uma queixa na justiça alegando que Harvey Weinstein e dois dos advogados dele fizeram uma campanha de intimidação para a calar.

Lusa