A responsável birmanesa e prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi vai liderar uma delegação para tentar defender o país junto do mais alto tribunal da ONU, sob crescente pressão jurídica sobre a minoria muçulmana rohyngya.
Aung San Suu Kyi "vai liderar a equipa que vai a Haia defender os interesses de Myanmar [antiga Birmânia] ", indicou, num comunicado publicado na rede social Facebook, o gabinete da responsável.
No passado dia 11, a Gâmbia abriu um processo no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, na Holanda, contra aquilo que considera ser um genocídio praticado em Myanmar contra os rohingya.
O caso foi apresentado pela Gâmbia em nome da Organização de Cooperação Islâmica.
Desde o final de agosto de 2017, cerca de 740 mil pessoas da etnia rohingya, de religião muçulmana, perseguidos pelas forças armadas birmanesas e por milícias budistas, fugiram de Myanmar para se refugiarem, sobretudo, no Bangladesh.
Num relatório apresentado em setembro, os investigadores das Nações Unidas defenderam que o caso devia ser encaminhado para o Tribunal Internacional de Justiça.
No processo agora apresentado alega-se que a campanha de Myanmar contra os rohingya inclui "matar, causar sérias lesões físicas e mentais", impor medidas para "evitar nascimentos" e transferências forçadas, ações que são consideradas genocidas porque têm a intenção de destruir o grupo "como um todo ou em parte".
Lusa