Dois outros candidatos à Presidência da Bielorrússia, Andrei Dmitriev e Serguei Cherechen, anunciaram hoje que vão impugnar os resultados das eleições bielorrussas de domingo, que deram oficialmente a vitória a Alexander Lukashenko, com 80% dos votos.
"Se estivermos a tempo, apresentaremos ainda hoje uma queixa na Comissão Eleitoral Central [CEC]. A razão? A falsificação total da votação e as violações à lei eleitoral", disse, em Minsk, Dmitriev à agência noticiosa russa Interfax.
Por seu lado, Viktoria Strelkovskaya, porta-voz de Cherechen, adiantou que a candidatura está a preparar uma queixa para entregar na CEC face às "numerosas irregularidades e falsificações dos resultados das eleições".
A confirmarem-se, as queixas de Dmitriev e Cherechen juntam-se à da principal candidata presidencial da oposição unificada, Svetlana Tikhanovskaia, que na segunda-feira impugnou na CEC os resultados "fraudulentos" da votação, após o que abandonou o país e se refugiou na Lituânia.
"Svetlana Tikhanovskaia está a salvo, está na Lituânia", escreveu no Twitter o ministro dos Negócios Estrangeiros lituano, Linas Linkevicius.
A recusa dos resultados eleitorais está a traduzir-se numa onda de protestos contra o regime de Lukashenko, no poder desde 1994
Os protestos fizeram pelo menos um morto e um número indeterminado de feridos.
As autoridades de Minsk admitiram que os protestos se estenderam a 33 cidades e localidades da Bielorrússia e que mais de 3.000 pessoas foram detidas.



![Os resultados das eleições presidenciais da Bielorrússia motivaram manifestações nas ruas de Minsk que resultaram em dois mortos e vários feridos. [10-08-2020]](http://images.impresa.pt/sicnot/2020-08-11-DOC.20200811.29364463.08596569.jpg/original/mw-1240)

Lukashenko, que defendeu a atuação das forças da polícia antimotim, acusou a oposição de planear tomar o controlo de edifícios públicos e denunciou que os protestos estão a ser patrocinados por países estrangeiros, como a República Checa e a Polónia.
Nas redes sociais bielorrussas foi publicado um apelo à realização de uma greve geral no país a partir do meio-dia local, enquanto os Estados Unidos e vários países europeus pediram às autoridades de Minsk para se absterem de recorrer à força contra os manifestantes.
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