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Charlie Hebdo causa polémica com capa onde a Rainha Isabel II asfixia Meghan Markle

Capa surge com referência à morte de George Floyd.

Charlie Hebdo causa polémica com capa onde a Rainha Isabel II asfixia Meghan Markle
Matt Dunham

O novo cartoon na capa do jornal satírico Charlie Hebdo está a causa polémia. Em causa está um desenho que retrata a rainha Isabel II a sufocar Meghan Markle com um joelho, em referência à morte do afroamericano Goerge Floyd.

A capa surge alguns dias depois de Meghan Markle e o marido, o Princípe Harry, terem dado uma entrevista à apresentadora de televisão Oprah Winfrey, na qual criticaram várias atitudes da Casa Real britânica, incluindo a alegada preocupação com a cor da pele do filho do casal, Archie.

Os duques de Sussex não revelaram quem levantou esta questão, mas já fizeram saber que não foi a rainha nem o marido, o duque de Edimburgo.

O cartoon, publicado no sábado, tem como título: "Porque Meghan abandonou Buckingham” e mostra a duquesa a responder: “Porque já não conseguia respirar”. A referência à morte de George Floyd, que morreu sufocado por um polícia norte-americano, despoletou a polémica entre os internautas.

Halima Begum, CEO do Instituto sobre igualdade racial Runnymede Trust, disse que o desenho estava "errado em todos os níveis".

"A Rainha como o assassino de George Floyd a esmagar o pescoço de Meghan? Meghan a dizer que não consegue respirar? Isto não ultrapassa os limites, não faz ninguém rir ou desafia o racismo. Isto rebaixa as questões e causa ofensa, em toda a linha", disse no Twitter.

A ENTREVISTA

As inconfidências de Meghan Markle e do príncipe Harry na entrevista a Oprah Winfrey, uma das apresentadoras mais famosas do mundo, caíram como uma bomba no Reino Unido, pintando um retrato sombrio da monarquia britânica, alvo de acusações que vão de insensibilidade até racismo.

Meghan Markle contou que o seu marido lhe revelou que alguns membros da família real estavam preocupados com a cor de pele que o seu bebé teria quando estava grávida de Archie, que completa dois anos em maio.

A duquesa de Sussex disse também que o Palácio de Buckingham se recusou a conceder proteção à criança e que os membros da instituição consideraram que Archie não devia receber um título de nobreza, embora seja essa a tradição.

Já o duque de Sussex, Harry, lamentou que a família real não tivesse tomado uma posição pública contra o que ele via como cobertura racista por parte de alguma imprensa britânica.

A duquesa de Sussex disse ter tido pensamentos suicidas enquanto vivia com a família real britânica e que não recebeu qualquer apoio psicológico apesar dos repetidos pedidos.

"Eu simplesmente não queria mais viver. E esses foram pensamentos constantes, aterradores, reais e muito claros", disse Meghan Markle, culpando a cobertura agressiva dos 'media' britânicos pelo seu estado psicológico.

A norte-americana salientou que se dirigiu aos membros da instituição real para pedir ajuda e discutiu a possibilidade de tratamento médico: "foi-me dito que não podia, que não seria bom para a instituição".