O Presidente da Bielorrússia acusa o jornalista Roman Protasevich, detido este domingo, de estar a planear uma "revolta sangrenta" no país. Alexandr Lukashenko diz que agiu dentro da legalidade e insiste que a aterragem forçada do avião da Ryanair em Minsk foi para salvaguardar a vida dos passageiros devido a uma ameaça de bomba.
Para Alexandr Lukashenko, a Bielorrússia não cometeu nenhuma ilegalidade e está sob um ataque sem precedentes por parte da comunidade internacional. O Presidente diz que o avião da Ryanair não foi desviado no passado domingo e que nem sabia que Roman Protasevich estava a bordo.
Segundo Lukashenko, as autoridades salvaguardaram a vida dos passageiros que seguiam no avião com destino à Lituânia porque – insiste – haveria uma ameaça de bomba a bordo. Quanto à detenção de Protasevich, Lukashenko diz que é mais do que justificada e acusa o jornalista e opositor de estar a preparar o que chamou de “revolta sangrenta” na Bielorrússia.
A oposição bielorrussa exige a libertação imediata de Roman Protasevich e da namorada. Já prometeu novas manifestações e ações de protesto para os próximos dias. O Governo, entretanto, diz que não quer ver mais marcas de protesto nas ruas e proibiu os jornalistas de publicarem notícias sobre o assunto, sob pena de serem detidos
A Associação Bielorrussa de Imprensa diz que, só no ano passado, mais de 470 repórteres foram presos e que, desde o desvio do avião da Ryanair, há houve vários profissionais que receberam ameaças de morte.
Depois de terem exibido um vídeo com Roman Protasevich, as autoridades bielorrussas mostraram uma gravação semelhante com a namorada do jornalista. Sofia Sapega, de 23 anos, diz quem é, onde nasceu, onde vive e reconhece ser a editora de um site que divulgou informações pessoas sobre vários membros dos serviços de segurança da Bielorrússia.
Não é possível saber se a declaração foi feita de livre vontade ou se Sapega e Protasevich foram coagidos a admitirem os crimes de que são acusados.
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