As alterações climáticas vão dominar o último dia da cimeira do G7 que decorre desde sexta-feira em Carbis bay, no sudoeste de Inglaterra, com um apelo aos líderes do ambientalista David Attenborough para tomarem medidas urgentes.
O apresentador de televisão que vai dirigir-se hoje aos líderes por videoconferência, afirmou que "não existe dúvida" sobre o aquecimento global e a perda de biodiversidade, assim como o facto de que as "nossas sociedades e nações são desiguais".
Defendeu também, em declarações divulgadas pela organização da cimeira, que a questão "que a ciência nos força a abordar especificamente em 2021 é se, como resultado desses factos interligados, estamos prestes a desestabilizar todo o planeta".
"Se for assim, então as decisões que tomarmos nesta década - em particular as decisões tomadas pelas nações economicamente mais avançadas - são as mais importantes na história da humanidade", enfatizou.
Todos os países do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e a União Europeia comprometeram-se a alcançar zero emissões líquidas de gases com efeito de estufa até 2050, mas muitos ambientalistas receiam que seja tarde demais.
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Os líderes dos países industrializados pretendem anunciar novos planos de financiamento climático para ajudar os países mais pobres a reduzir as emissões de carbono e adaptarem-se ao impacto das alterações climáticas.
O plano 'Reconstruir Melhor para o Mundo' pretende garantir fundos para infraestruturas essenciais, desde ferrovias em África, a parques eólicos na Ásia.
"A nova abordagem pretende dar aos países em desenvolvimento acesso a mais, melhor e mais rápido financiamento, à medida que acelera a mudança global para energias renováveis e tecnologias sustentáveis", adiantou o Governo britânico, objetivo que deverá ser desenvolvido na cimeira climática COP26 em novembro, em Glasgow, também sob presidência britânica.
O G7 vai também subscrever um "Pacto da Natureza" na reunião desta tarde para travar e reverter a perda de biodiversidade até 2030, incluindo o apoio à meta global de conservar ou proteger pelo menos 30% da terra e 30% do oceano mundialmente até ao final da década.
Hoje, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, lançou o "Fundo Planeta Azul", com 500 milhões de libras (583 milhões de euros) para apoiar países como o Gana, Indonésia e estados insulares do Pacífico a combater a pesca insustentável, proteger e restaurar ecossistemas costeiros como manguezais e recifes de coral e reduzir a poluição marinha.
O encontro termina hoje, estando o comunicado final e conferências de imprensa individuais de cada país previstas para o início da tarde.