Um grupo de indivíduos não identificados atacou a residência particular do Presidente haitiano Jovenel Moise em Port-au-Prince durante a noite e matou-o a tiro, disse o primeiro-ministro interino Claude Joseph em comunicado.
A mulher do Presidente, Martine Moise, ficou ferida no ataque e está hospitalizada, acrescentou Claude Joseph. No comunicado em que classifica como um "ato odioso, desumano e bárbaro", apela à calma da população e assegurando a manutenção da ordem pela polícia e pelo exército.
“O Presidente foi assassinado em sua casa por estrangeiros que falavam inglês e espanhol. Atacaram a residência do Presidente da República”, declarou Claude Joseph, citado pela agência France-Presse. "A situação de segurança está sob controlo", garantiu.
O homicídio acontece numa altura de grande instabilidade política e económica e de aumento da violência de gangues no país das Caraíbas considerado como um dos mais pobres do mundo e o mais pobre do continente americano.
Um país à beira da anarquia
Homem de negócios, Jovenel Moise, de 53 anos, foi eleito Presidente do Haiti em 2016 e assumiu funções a 7 de fevereiro de 2017.
O Haiti é um país com uma elevada insegurança, com inúmeros sequestros e pedidos de resgates realizados por gangues que gozam de uma quase impunidade total.
Juvenal Moise era acusado de inação perante a crise e era contestado por uma grande parte da população.
Receando que, neste contexto, o país fosse levado a uma anarquia generalizada, o Conselho de Segurança da ONU, os Estados Unidos e a Europa apelaram à realização de eleições legislativas e presidenciais livres e transparentes até o final de 2021.
Jovenel Moïse anunciou na passada segunda-feira a nomeação de um novo primeiro-ministro, Ariel Henry, com a missão de realizar tais eleições.
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