A Rússia não se apressará com a questão de reconhecer ou não um governo talibã no Afeganistão, disse esta segunda-feira à agência de notícias RIA Zamir Kabulov, diplomata russo e enviado presidencial russo ao Afeganistão.
Em entrevista a uma estação de rádio, o funcionário afirmou que Moscovo vai acompanhar com atenção as movimentações dos talibãs antes de tomar uma decisão.
Ao contrário de outros países, a Rússia já fez saber que não planeia fechar a sua embaixada em Cabul. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia afirmou no domingo que Moscovo não tem planos de evacuar a capital afegã.
Os talibãs tomaram o controlo de Cabul no domingo, depois de terem entrado na capital sem encontrar resistência, com quase todas as províncias debaixo do seu domínio. Os talibãs controlam neste momento quase 100% do território. Há uma debandada das embaixadas ocidentais e uma corrida aos bancos.
Um porta-voz do movimento islâmico radical, que governou no Afeganistão entre 1996 e 2001, disse à televisão pública britânica BBC que os talibãs pretendem assumir o poder no Afeganistão "nos próximos dias", através de uma "transição pacífica", 20 anos após terem sido derrubados por uma coligação liderada pelos Estados Unidos, pela sua recusa em entregar o líder da Al-Qaida, Usama bin Laden, após os atentados de 11 de setembro de 2001.
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