O número de mortos no sismo do Haiti ainda aumenta a cada dia. A passagem de uma depressão tropical complicou ainda mais a situação. Os hospitais não têm capacidade de resposta.
Faltam médicos, enfermeiros, recursos materiais, medicamentos e camas. Neste hospital de Les Cayes, uma das cidades do Haiti mais afetadas, o sismo de magnitude 7,2 destruiu a ala pediátrica. Uma centena de pessoas amontoa-se nesta pequena sala. São crianças feridas e pais que pedem desesperadamente ajuda.
Mais de meio milhão de crianças terão sido afetadas pelo abalo de sábado, estimam as Nações Unidas. Os médicos dizem que, por mais que façam, não têm capacidade de resposta.
78 horas depois do sismo, as equipas de resgate ainda retiram pessoas com vida dos escombros, mas há um número indeterminado de desaparecidos.
As já difíceis buscas chegaram a ser suspensas por causa de fortes chuvas, trazidas por uma depressão tropical que provocou inundações e deslizamentos de terra.
Multiplicaram-se as estradas intransitáveis. Algumas zonas mais remotas ainda não receberam ajuda. O número de edifícios destruídos e de desalojados chega às dezenas de milhar.
O Haiti tem sido fustigado por desastres naturais nos últimos anos. O mais grave foi o sismo de 2010, que matou 200 mil pessoas. 11 anos depois, o país mais pobre das Américas ainda recuperava da consequente crise social e económica.