O secretário-geral da ONU, António Guterres, recebeu esta quarta-feira um pedido especial: em representação do Afeganistão, os talibã nomearam um embaixador para intervir na Assembleia Geral da ONU que decorre em Nova Iorque, EUA.
Na carta, os talibã não reconhecem os diplomatas de Cabul ainda em serviço e pedem ao secretário-geral da ONU para discursar na Assembleia Geral.
A resposta será dada oficialmente por um comité diplomático, mas não deve ser conhecida antes do final desta reunião magna na próxima semana.
O sim da ONU representaria um passo importante no reconhecimento internacional do novo regime de Cabul e a certeza de um diálogo já defendido pelo Qatar, o país que mediou o acordo de paz entre os talibã e os Estados Unidos.
"Ressaltamos a importância da continuidade do apoio da comunidade internacional ao Afeganistão nesta fase crítica e da separação da ajuda humanitária das disputas políticas, e também a necessidade de continuar o diálogo com o Talibã, pois um boicote só leva à polarização e a reações, enquanto o diálogo pode trazer resultados positivos", referiu o emir do Qatar, Tamim bin Hamad al Thani.
Ministro da Saúde brasileiro está infetado com Covid-19
No primeiro dia da Assembleia, entre o apelo à cooperação mundial no combate à atual pandemia, destoou o Brasil.
O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a terapêutica que a ciência rejeita e criticou as medidas de controlo sanitário. Mas a polémica marcou, até ao fim, a passagem da delegação brasileira por Nova Iorque.
Bolsonaro deixou os Estados Unidos com menos um acompanhante depois do seu ministro da Saúde testar positivo à Covid-19.
Além da ida à Assembleia, Marcelo Queiroga participou em reuniões bilaterais. Terá agora que cumprir 14 dias de quarentena em solo norte-americano antes de regressar a Brasília.
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