O aeroporto de La Palma, nas Canárias, teve esta quinta-feira vários atrasos em partidas e chegadas de voos. O motivo: a enorme e densa coluna de fumo negro que começou a sair do vulcão de onde também caem pequenas partículas que podem arrasar com uma das principais atividades económicas da ilha.
O vulcão tem expelido toneladas de dióxido de enxofre, mas também minúsculas particulares que caem sobre tudo, por exemplo, plantações de banana e respetivas redes de água.
São estruturas essenciais, na metade sul da ilha. Sem água utilizável neste sector agrícola, a economia da ilha corre sérios riscos de colapsar e o sustento dos agricultores desaparece.
A tendência é para piorar. O vulcão começou a lançar maiores e mais densas nuvens de partículas. Por causa disso, o aeroporto teve de atrasar partidas e chegadas de voos.
Para já, voos comerciais não são afetados, mas os ventos dos próximos dias deverão levar a nuvem para o resto do arquipélago, cuja economia depende em mais de 30% do turismo.
O último balanço aponta para 400 casas destruídas e 166 hectares cobertos por uma lava que, em alguns casos, criou oásis. Uma das línguas parou de avançar. A outra segue a uma velocidade de 4 metros por hora, rumo ao mar, onde até sábado pelo menos não deve chegar.
Quem foi afetado e está alojado em locais temporários, foi visitado pelos reis de Espanha, acompanhados pelos chefes de Governos espanhol e canário. Ao quinto dia de erupção, Felipe VI e Letizia participaram ainda na reunião diária do comando de Proteção Civil.
O Governo regional anunciou, entretanto, que vai comprar 257 casas novas ou em construção para realojar quem ficou sem teto.
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