Por causa da falta de motoristas de pesados, no Reino Unido, há bombas de gasolina fechadas e supermercados com dificuldades no fornecimento, o que leva o Governo a não excluir a possibilidade de pedir ajuda aos militares.
Já são muitos os que esperam e desesperam para abastecer o carro, num momento em que, ironicamente, o que falta não é o combustível, mas, sim, quem o transporte.
"Não há um fim à vista para isto. Provavelmente, vamos ter de viver com escassez de camionistas, pelo menos, por mais um ano ou assim, mesmo que o Governo enfrente o problema de forma urgente, coisa que não fez até agora", diz Rod McKenzie, membro da Associação de Motoristas Pesados.
O açambarcamento só veio agravar o problema e, com cada vez menos combustíveis nos tanques, as bombas de gasolina estão a fechar ou a limitar o abastecimento. Só a BP já encerrou 20 dos 1.200 postos e, em 100, falta gasolina ou gasóleo.
O impacto também é sentido por outros fornecedores, apesar de alguns dizerem que continuam a funcionar normalmente.
Esta sexta-feira, os ministros reuniram de emergência para encontrar soluções.Para já, o Governo aposta em acelerar os testes de condução, num momento em que há 40 mil em atraso devido à pandemia.
"Já apresentei legislação que ajudou a duplicar o número de vagas de teste disponíveis em níveis pré-pandémicos. Então, estamos a testar os condutores e eles estão a entrar no mercado. E, claro, eles estão a fazer isso com salários significativamente melhores. Portanto, os salários aumentaram e isso está a trazer mais motoristas de volta ao mercado", diz o Ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps.
O Governo estará a analisar a possibilidade de conceder vistos sazonais para motoristas estrangeiros. A entrada em cena dos militares também é uma hipótese em cima da mesa.
"Se isso [a presença dos militares] realmente puder ajudar, traremos os militares", acrescentou Shapps.
Estima-se que o Reino Unido precise de 100 mil motoristas de pesados, um problema agravado com a pandemia e o Brexit, pois muitos regressaram aos países de origem e optaram por não voltar.