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Governo britânico diz que situação dos combustíveis está a estabilizar

O ministro dos Transportes Britânicos apelou aos britânicos que parassem de comprar combustível por pânico de que falte, dizendo que "quanto mais cedo todos puderem voltar aos hábitos normais de compra, mais cedo a situação voltará ao normal".

Governo britânico diz que situação dos combustíveis está a estabilizar
PETER NICHOLLS

A pressão sobre os postos de gasolina está a começar a diminuir, mas condutores de veículos pesados do Exército estão a postos se for necessário ajudar no abastecimento, afirmou esta terça-feira o ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps.

"Estamos a ver agora os primeiros sinais de estabilização no abastecimento dos postos, que ainda não estão a ser refletidos nas filas", afirmou, em declarações transmitidas na BBC.

Shapps instou as pessoas a pararem de comprar combustível por pânico de que falte, dizendo que "quanto mais cedo todos puderem voltar aos hábitos normais de compra, mais cedo a situação voltará ao normal".

Num comunicado conjunto, petrolíferas como a BP, Shell ou ExxonMobil reforçaram este pedido, indicando também que esperam uma normalização da situação.

"Como muitos carros têm agora mais combustível do que o normal, esperamos que a procura volte aos níveis normais nos próximos dias, aliviando as pressões sobre os postos de abastecimento", disseram.

Muitos postos esgotaram a gasolina e gasóleo nos últimos dias devido à corrida de milhares de condutores para encherem os tanques dos respetivos automóveis com receio da escassez.

Filas formaram-se juntos a postos de combustível em várias partes do país, resultando em horas de espera e levando associações de médicos e professores a pedir prioridade para os trabalhadores essenciais devido ao potencial impacto nos hospitais e escolas.

"Se não tivermos combustível suficiente, isso afetará os nossos pacientes", declarou o vice-presidente da Associação Médica Britânica, David Wrigley, à SkyNews, argumentando que os médicos não podiam perder "duas ou três horas" nas filas.

Patrick Roach, secretário-geral do sindicato dos professores NASUWT, disse, por sua vez que, "para muitos professores, usar os transportes públicos simplesmente não é uma opção".

Na segunda-feira à noite, o Governo disse que militares iriam ser formados e estariam disponíveis para conduzir camiões-tanque e garantir o abastecimento de postos de combustível se fosse necessário.

Para já, o Exército está envolvido na realização de testes de condução a novos condutores de veículos pesados para aliviar a escassez de mão de obra que está na origem da falta de combustível em vários postos.

A corrida ao abastecimento acelerou nos últimos dias, depois de várias petrolíferas terem anunciado o encerramento de alguns postos devido à dificuldade em abastecê-los, problema que atribuíram à falta de camionistas para conduzir os tanques desde as refinarias.

O Governo negou que o Brexit esteja na origem da falta de mão-de-obra nesta profissão, mas acabou por ceder e anunciar 5.000 vistos de trabalho temporários para atrair camionistas estrangeiros.

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