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Abusos sexuais na Igreja Católica em França: identificados mais de 3 mil abusadores

Investigação concluiu que, desde 1950, mais de 330 mil menores foram vítimas de violência sexual.

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Uma investigação independente sobre abusos na Igreja Católica francesa concluiu que, desde 1950, mais de 330 mil menores foram vítimas de violência sexual, a maior parte cometida por membros do clero. O relatório revela que durante décadas os abusos foram silenciados e encobertos pela instituição.

A maior investigação alguma vez feita sobre os abusos sexuais cometidos na Igreja Católica em França foi pedida em 2018 pela própria hierarquia da Igreja francesa.

As mais de 2.500 páginas do relatório da comissão independente fazem emergir os crimes que durante décadas a instituição silenciou e ocultou.

A comissão recolheu milhares de provas e testemunhos, analisou queixas, denúncias e processos, muitos arquivados ou prescritos. Recuou até ao início da década de 50.

Concluiu que mais de 200 mil pessoas foram, enquanto crianças, vítimas de violência sexual cometida por membros do clero.

Entre os cerca de três mil abusadores identificados pela comissão, há sobretudo padres, muitos protegidos durante décadas pelo medo das vítimas e pela cumplicidade da igreja.

Para muitas das vítimas, o reconhecimento dos abusos é apenas uma primeira forma de reparação.

O presidente da Conferência Episcopal francesa pediu perdão, mas reconhece que isso não é suficiente para apagar ou reparar os crimes cometidos com a conivência da hierarquia da igreja.