No Brasil, agrava-se a situação dos mais pobres, num momento em que o Governo altera o sistema de auxílio social para as famílias com baixos rendimentos, sendo milhares os que se veem obrigados a pedir ajuda.
Em várias parte do país, enormes filas em frente Banco público e muita incerteza, depois do anúncio de mudanças no nome e nas regras do programa "Bolsa Família", de transferência direta de rendimento.
Com a popularidade em queda e em desvantagem nas sondagens eleitorais, Jair Bolsonaro decide rebatizar o programa criado há quase 20 anos, durante o Governo de Lula da Silva, o seu principal adversário político.
O agora "Auxílio Brasil" promete incluir, automaticamente, cerca de 14 milhões e meio de famílias que, atualmente, recebem a ajuda social equivalente a cerca de 36 euros por mês.
O governo promete aumentar o número de beneficiários e subir o valor do auxílio para 400 reais, pouco mais de 60 euros, a partir de 2022.
Foi criada uma aplicação para orientar os participantes, contudo, muitos não têm acesso à tecnologia, o que gerou desinformação e expectativa de quem já contava com o aumento.
Maior crescimento da pobreza em 20 anos
O crescimento da pobreza no país é o maior registado nas duas últimas décadas.
Os mais pobres são os mais atingidos pelo desemprego e, também, os que mais sofrem os impactos da pandemia e da inflação, que já é a mais alta dos últimos 27 anos.
Convergência no aumento, divergência na forma
A necessidade de aumentar o auxílio é consensual, contudo, a maneira que o Governo encontrou para encaixar no orçamento é polémica.
Para aumentar o programa de transferência de rendimento, o Governo conta com a aprovação no Congresso do que está a ser chamado de "PEC do Calote", uma proposta de revisão constitucional para que se possa adiar o pagamento de dívidas judiciais do Executivo.
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