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Bolsonaro mantém visita à Rússia apesar da escalada de tensão

Visita do presidente brasileiro pode coincidir com invasão da Ucrânia.

Indiferente à escalada de tensão nas fronteiras da Ucrânia, Jair Bolsonaro vai viajar para Moscovo na próxima semana para tratar de negócios com Vladimir Putin. Os Estados Unidos pediram o cancelamento da viagem, mas o Presidente do Brasil ignorou o pedido.

Já ninguém pode confessar surpresa com as opções de Jair Bolsonaro, por mais estranhas que possam parecer, mas desta vez o presidente brasileiro tomou uma das decisões mais arriscadas do mandato.

Se a escalada de tensão sobre as fronteiras da Ucrânia não arrefecer e os esforços diplomáticos não derem resultados nas próximas horas, Bolsonaro pode aterrar em Moscovo para tratar de negócios em simultâneo com uma invasão da Ucrânia por tropas russas.

EUA PEDIRAM O CANCELAMENTO DA VIAGEM

Fontes diplomáticas em Brasília contam que os Estados Unidos pediram que evitasse a viagem neste contexto. Até porque consideram que a invasão pode acontecer a qualquer momento.

Jair Bolsonaro respondeu que se for convidado também viajará para os Estados Unidos.

Admirador de Donald Trump, o presidente brasileiro não colhe as simpatias da administração Biden, mas aparecer agora ao lado de Putin pode valer-lhe uma rejeição internacional muito mais alargada.

Jair Bolsonaro continua inamovível e fez saber nas redes sociais que mantém a visita.

No Palácio do Planalto acreditam que a Rússia não invadiria a Ucrânia durante a visita dum chefe de Estado estrangeiro e que se a guerra rebentar ainda há tempo para reavaliar a visita.

BOLSONARO DEVERÁ ATERRAR EM MOSCOVO NA TERÇA-FEIRA À NOITE

Bolsonaro deverá aterrar em Moscovo na terça-feira à noite para se sentar na mesma mesa onde Vladimir Putin e Emmanuel Macron estiveram reunidos durante cinco horas. Com a diferença que não vai à capital russa para negociar a paz, tal como o novo chanceler alemão Olaf Scholz poderá fazer ainda esta semana.

Nas redes sociais, onde se recusou a cancelar a visita, Bolsonaro disse que foi “convidado pelo presidente Putin”, e que “o Brasil depende muito dos fertilizantes russos”, que vai negociar em Moscovo.

Sublinhou que vai acompanhado por um “grupo de ministros para tratar de outros assuntos que interessam aos dois países, nas áreas da energia, da defesa, e da agricultura”.

Ao mesmo tempo, o Governo brasileiro resolveu assinalar os 30 anos de relações diplomáticas com a Ucrânia.

Em dezembro de 1991 o Brasil reconheceu a independência daquele país que a Rússia agora ameaça invadir fazendo a História voltar para trás.

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