A jornalista da BBC Joanna Gosling emocionou-se ao dar a notícia da libertação dos irano-britânicos Nazanin Zaghari-Ratcliffe e Anoosheh Ashoori, detidos há vários anos no Irão.
Veja abaixo o vídeo do momento.
WATCH – BBC News presenter @BBCJoannaG could not help but get emotional as she announced Nazanin Zaghari-Ratcliffe’s release #FreeNazanin pic.twitter.com/2pjjMfpg07
— Evening Standard (@EveningStandard) March 16, 2022
“Após anos de detenção pelo Governo do Irão, os cidadãos britânicos Nazanin Zaghari-Ratcliffe e Anoosheh Ashoori regressarão hoje. Morad Tahbaz também foi libertado da prisão em licença. É o resultado de uma diplomacia britânica tenaz e criativa”, congratulou-se a ministra britânica dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss.
Há relatos de que o Reino Unido pagou uma dívida de mais de 475 milhões de euros ao Irão, uma medida que alguns apontam ter facilitado a libertação.
Ao mesmo tempo que o Governo britânico explica que pagou “uma dívida histórica” ao Irão, relativa à venda de armas na década de 1970, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amirabdollahian, em declarações à agência ISNA, nega a ligação entre a libertação e a mesma dívida, embora o Irão confirme a receção da quantia.
Quem são os envolvidos?
Gerente de projetos da Fundação Thomson Reuters, filial filantrópica da agência de notícias com o mesmo nome, Nazanin Zaghari-Ratcliffe foi presa em 2016 em Teerão, durante uma visita à sua família.
Foi acusada de conspirar para derrubar a República Islâmica, o que nega veementemente, e condenada a cinco anos de prisão.
Depois de cumprir a sua sentença, foi novamente condenada no final de abril a um ano de prisão por participar numa manifestação em frente da embaixada iraniana em Londres, em 2009.
Em outubro de 2021, Zaghari-Ratcliffe perdeu um recurso, o que levantou preocupações entre os seus familiares de um retorno iminente à prisão, de onde foi libertada com pulseira eletrónica – em regime de prisão domiciliária – em março de 2020, devido à pandemia de covid-19.
Os seus apoiantes acreditam que foi feita refém devido a um conflito entre Londres e Teerão sobre uma antiga dívida de 400 milhões de libras (467 milhões de euros), que Londres se recusa a pagar desde a deposição do xá do Irão em 1979.
Já Anoosheh Ashoori encontrava-se preso desde 2017, acusado de espiar para os serviços secretos israelitas, mas também de ter “acumulado riqueza de modo ilegítimo”.
Outro anglo-iraniano, Morad Tahbaz, foi igualmente libertado, mas ainda não viajará para o Reino Unido.