O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, disse lamentar certas declarações sobre a covid-19 num raro momento em que admitiu possíveis erros no Governo do país, três semanas antes da eleição presidencial.
Durante uma entrevista de mais de quatro horas para um 'podcast' evangélico na noite de segunda-feira, o chefe de Estado brasileiro admitiu ter perdido a cabeça quando disse a jornalistas que não era "agente funerário" em 2020, ao ser questionado sobre as vítimas da pandemia que já causou milhares de mortes no Brasil.
"Sou um ser humano, lamento ter dito isso, não vou dizer de novo", insistiu Bolsonaro.
O Presidente brasileiro respondia a uma pergunta de Felipe Vilela, 'rapper' evangélico que se disse "triste" com comentários ouvidos um dia após a morte de seu padrasto. Jair Bolsonaro também disse que se arrependeu de ter afirmado, ao ser questionado por jornalistas sobre vacinas, que estes deveriam ir "comprar vacinas na casa da sua mãe", em 2021. O Brasil é o segundo país em número de vítimas na pandemia, com mais de 680 mil mortos.
"Sou o chefe da nação, vocês viram que meu comportamento mudou no ano passado, estou aprendendo nesta poltrona", explicou o Presidente brasileiro.
Bolsonaro não retira comentários sobre vacinas poderem “transformar [pessoas] em crocodilos”
Por outro lado, Bolsonaro não retirou os seus comentários sobre vacinas, de que "podem transformar [pessoas] em crocodilos", argumentando que usou "uma figura de linguagem". Por outro lado, o Presidente brasileiro admitiu "ter errado" ao dizer em 2017, antes de se tornar Presidente, que foi pai de uma menina depois de quatro meninos "num momento de fraqueza".
Regularmente criticado por seus comentários ríspidos contra críticos, afirmações machistas e racistas, Bolsonaro também fez um comentário irónico sobre a cor da pele de Felipe Vilela.
"Você é afrodescendente? Você é um pouco escuro, não é? Ah, não, é um crime dizer isso. Você não ouviu que eu sou racista?", concluiu o Presidente brasileiro.
A eleição presidencial no Brasil tem a primeira volta marcada para dois de outubro e a segunda volta, caso seja necessária, no dia 30. O sufrágio deverá ser disputado por 10 candidatos: Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes, Simone Tebet, Luís Felipe D'Ávila, Soraya Tronicke, Eymael, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.
Além de escolher um novo Presidente, os brasileiros também escolherão membros do parlamento, governadores de estado e parlamentares de assembleias regionais.
