Há mais de 40 anos que o Irão enfrenta dezenas de protestos contra o Governo. Em quatro décadas, pelo menos três mil pessoas perderam a vida.
É preciso recuar 43 anos até ao Governo de Mohammad Reza Pahlavi para lembrar um dos maiores protestos vividos no Irão. Tempos de repressão política e de pobreza levaram às ruas de Teerão mais de dois milhões de pessoas. Conduzidas pelo Ayatollah Khomeini, pediam a queda do regime monárquico no país.
Milhares de pessoas acabaram detidas e pelo menos dois mil manifestantes morreram. Nesse mesmo ano acabou por ser implementada a República Islâmica no Irão.
Três décadas depois, em mil 1999, mais um protesto. Desta vez contra a repressão política e por reformas democráticas imediatas. A capital do país voltou a ser palco de violentos confrontos entre as forças de elite do regime e estudantes universitários.
A polícia de intervenção acabou por invadir o dormitório da Universidade e um estudante morreu e vários foram espancados. Uma ação que levou à revolta de todo o país.
Estas manifestações acabaram por mostrar as duas fações políticas. De um lado, os apoiantes do Presidente liberal Khatami. Do outro, a linha mais dura do regime fundada pelo Ayatollah Khomeini.
Durante seis dias, 10 mil pessoas saíram às ruas. Quatro morreram e foram detidas mais de 1.200.
Já no ano de 2009, o "Movimento Verde" como ficou conhecido, gritou palavras de ordem contra o Presidente Mahmud Ahmadinejad. Apesar de ter vencido com dois terços dos votos a Mir Hossein Mousavi, as pessoas pediam a anulação da contagem por causa de uma alegada fraude eleitoral.
Pelo menos 100 pessoas morreram e quatro mil foram detidas.
Há três anos, o aumento do preço do gás e, consequemente dos combustíveis, levou às ruas de mais de uma centena de cidades do Irão cerca de 200 mil pessoas.
Foi utilizado gás lacrimogéneo, canhões de água e munições reais para dispersar a população. Durante uma semana, o acesso a Internet esteve condicionado para evitar que os protestos se espalhassem pelas redes sociais.
Mais de 300 pessoas morreram e cerca de sete mil foram detidas.
Recorde-se que o Irão enfrenta neste momento uma nova onda de protestos pela morte da jovem de 22 anos que não estaria a usar devidamente o véu islâmico. O Presidente do Irão garante o país não vai tolerar quem se oponha à segurança e tranquilidade e avisa que os manifestantes serão controlados com mão de ferro.