Yevgeny Prigozhin, um empresário conhecido como "chef de Putin", admitiu que interferiu em eleições dos Estados Unidos da América (EUA) no passado, adianta a agência de Notícias Associated Press. Diz ainda que vai continuar a fazê-lo no futuro.
"Interferimos, estamos a interferir e continuaremos a interferir. Com cuidado, precisão cirúrgica e à nossa maneira", afirmou.
As declarações foram publicadas pela sua empresa de catering Concord, na sequência das eleições intercalares nos EUA, que se realizam esta terça-feira.
Acusações
Yevgeny Prigozhin é conhecido como "chef de Putin" pelas ligações da sua empresa ao Kremlin.
O empresário, uma dúzia de outros cidadãos e três empresas russas foram acusados de operar uma campanha secreta para fomentar a discórdia e dividir a opinião pública americana antes das eleições presidenciais de 2016 nos EUA.
Em 2018, foram indiciados como parte da investigação do procurador Robert Mueller sobre a interferência nas eleições russas.
Em 2020, o departamento de Justiça rejeitou as acusações contra duas das empresas indiciadas - Concord Management and Consulting LLC e Concord Catering.
Admite ter fundado grupo paramilitar Wagner
Yevgeny Prigozhin admitiu, em setembro, ter fundado o grupo Wagner em 2014, para lutar na Ucrânia, e reconheceu o envolvimento dos seus mercenários em conflitos em África e no Médio Oriente.
Prigozhin já tinha sido acusado por vários países ocidentais e meios de comunicação russos de ser o financiador do grupo paramilitar Wagner, cujos membros alegadamente atuaram em países como a Síria, Líbia, Ucrânia, Moçambique e República Centro-Africana, entre outros.