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Irão avança com primeira condenação à morte ligada à onda de protestos

Justiça iraniana acusa 440 pessoas por participarem nos protestos após a morte de Mahsa Amini.

Irão avança com primeira condenação à morte ligada à onda de protestos
IVAN ALVARADO

Um tribunal de Teerão condenou à morte este domingo, pela primeira vez, uma pessoa acusada de participar nos "motins" no Irão, indicou a agência da autoridade judicial Mizan 'online'.

Segundo o veredicto que ditou a condenação à pena capital, a pessoa julgada foi considerada culpada de "ter incendiado um edifício governamental, de perturbar a ordem pública, de reunião e conspiração para cometer um crime contra a segurança nacional, e inimigo de Deus e corrupção na terra", precisou a agência, sem divulgar qualquer nome ou idade.

Um outro tribunal da capital iraniana condenou cinco pessoas a penas de prisão que vão de cinco a 10 anos por "reunião e conspiração para cometer crimes contra a segurança nacional e perturbar a ordem pública".Trata-se de tribunais de primeira instância e os condenados podem recorrer, precisou a Mizan.

Justiça acusa 440 pessoas por participarem em protestos

A justiça iraniana acusou hoje 440 pessoas por terem participado em protestos que se têm desencadeado no país.

O presidente do tribunal da província de Markazi, Abdol Mahdi Musavi, informou que 276 dos manifestantes presos nesta província foram considerados culpados, mas isto não quer dizer que estejam condenados e quem deve decidir isso "são os tribunais penais de primeira instância e recurso", disse à agência de notícias oficial iraniana, IRNA.

Por sua vez, o presidente do Tribunal da província do sul Hormozgán, Moytaba Ghahremaní, informou que, por esse motivo, na citada província foram feitas acusações contra 164 pessoas, cujos expedientes foram enviados para o tribunal para irem a julgamento.

O Irão tem sido abalado por uma vaga de manifestações desde a morte, no passado dia 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos, detida três dias antes pela polícia da moralidade por violar o rígido código de vestuário da República Islâmica.