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Milhares assistem ao discurso do Presidente Biden em Varsóvia

O Presidente norte-americano e o homólogo polaco estiveram reunidos. O tema principal foi a guerra na Ucrânia e, claro, o discurso de Vladimir Putin. Terminado o encontro, Joe Biden discursou em Varsóvia perante uma multidão e deixou várias garantias perante a ameaça russa, e recados: "um ditador nunca poderá acabar com o amor do povo pela liberdade”.

O discurso do Presidente Biden esta tarde em Varsóvia, capital da Polónia, foi visto como uma "resposta" à intervenção do Presidente russo esta terça-feira e na qual Putin declarou ser “impossível derrotar a Rússia no campo de batalha”. Na resposta, o líder norte-americano assinalou que um ano após a invasão, “Kiev continua livre" e, assegurou, "o Artigo 5 da NATO está sólido".

Uma multidão aguardava pelo discurso do líder dos EUA. Durante cerca de 20 minutos, Joe Biden respondeu ao homólogo russo, deixou garantias e fez apelos ao Ocidente que, desmentindo Putin, assegurou: “Não vai atacar a Rússia”.

"Falo uma vez mais para o povo russo. Os EUA e as nações da Europa não tentam controlar ou destruir a Rússia. O Ocidente não está a conspirar para atacar a Rússia, como disse hoje Putin", afirmou referindo-se ao facto de esta manhã o Presidente russo ter declarado ser "impossível" derrotar a Rússia no campo de batalha".

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Um ano depois, “respondemos e ficámos mais fortes”, declarou o Presidente norte-americano, lembrando que “Kiev continua livre e de pé”.

A “democracia do Mundo ficou mais forte” e os tanques russos de Putin “queimados”, destacou Biden, sublinhando que isso aconteceu porque “estamos juntos” e, assegurou, o apoio à Ucrânia "será para durar".

"Não, os autocratas não vão retirar a liberdade, não, não vão retirar o futuro. A brutalidade nunca vai derrubará o mundo livre, nunca", declarou, reiterando que "um ano depois da guerra, a Ucrânia continua livre e independente".

O Presidente dos EUA reiterou a condenação à "brutalidade" de Moscovo, que cometeu "crimes contra a Humanidade, sem vergonha nem escrúpulos": "Atacaram civis com morte e destruição, usaram a violação como arma de guerra", disse Biden, descrevendo esta guerra como "uma tragédia e uma escolha de Putin, que podia pôr fim [a ela] com uma palavra”.

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Mais, sublinhou: "Sem o apoio ocidental, Ucrânia perderia esta guerra, por isso é importante continuar a apoiar o país”, apelou Biden, garantindo que “o Artigo 5 da NATO está sólido”, assim como o “compromisso dos EUA para com a NATO (…) e a Rússia sabe”.

"A fome dos autocratas não pode ser saciada, temos de nos opor a ela. E os autocratas só entendem uma palavra: não, não, não. Não tomarás o meu país, não me tirarás a liberdade, não tomarás o meu futuro", declarou Joe Biden, acrescentando que "um ditador nunca poderá acabar com o amor do povo pela liberdade", e que as nações de todo o mundo não aceitarão "um mundo governado pelo medo e pela força".

O agradecimento de Zelensky

Através das redes sociais, o Presidente ucraniano agradeceu a Biden “e a toda a América” pelo seu esforço em “unirem o mundo no apoio à liberdade e na assistência à Ucrânia”.

“Juntos caminhamos para uma vitória comum e devemos consegui-la já este ano", escreveu Zelensky.

“Não há liberdade sem solidariedade”

Antes de o presidente norte-americano discursar, o Presidente Duda disse perante milhares de pessoas ter “a certeza de que a Rússia será punida” e que o “sofrimento do povo ucraniano vai traduzir-se em vitória”.

“Obrigado a [Joe] Biden pela extraordinária coragem”, afirmou o homólogo polaco, vincando que "não há liberdade sem solidariedade".

Esta é a segunda visita oficial de Biden à Polónia nos últimos 12 meses. Antes, na segunda-feira, fez uma visita surpresa a Kiev, descreveu a NATO como sendo, "provavelmente, a aliança mais importante da História" e sublinhou a sua força apesar das esperanças do Presidente russo, Vladimir Putin, de que a organização se desmoronasse com a guerra na Ucrânia.

O chefe de Estado norte-americano defendeu ainda - na abertura de uma reunião com o Presidente polaco, Andrzej Duda, no âmbito de uma série de consultas com aliados para se preparar para uma fase mais complicada da guerra na Ucrânia - que ter segurança na Europa é imprescindível.

"Temos de ter segurança na Europa", disse, no palácio presidencial de Varsóvia.

"É tão básico, tão simples, tão consequente", acrescentou, elogiando ainda o apoio "verdadeiramente extraordinário" prestado à Ucrânia e aos ucranianos pela Polónia.

Por seu lado, Andrzej Duda elogiou a viagem do Presidente dos EUA, considerando-a "espetacular" já que "elevou o moral dos defensores da Ucrânia" e considerou que, "graças a Joe Biden, vimos que a América é capaz de garantir a ordem mundial".