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Prémio Nobel Ales Bialiatski condenado a 10 anos de prisão na Bielorrússia

O ativista dos direitos humanos e outras três figuras importantes da organização não-governamental Viasna foram condenados por financiar protestos antigovernamentais.

O ativista bielorruso Ales Bialiatski numa cela numa audiência de julgamento em Minsk a 24 de novembro de 2011.
O ativista bielorruso Ales Bialiatski numa cela numa audiência de julgamento em Minsk a 24 de novembro de 2011.
TATYANA ZENKOVICH / EPA

O ativista bielorrusso Ales Bialiatski, co-vencedor do Prémio Nobel da Paz de 2022 e figura-chave do movimento democrático na Bielorrússia, foi condenado hoje a 10 anos de prisão por um tribunal de Minsk, noticiou a imprensa internacional.

De acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), o ativista dos direitos humanos e outras três figuras importantes da organização não-governamental (ONG) Viasna - que foi fundada por Bialiatski - foram condenados por financiar protestos antigovernamentais.

Os ativistas dos direitos humanos Valentin Stefanovitch e Vladimir Labkovitch foram condenados, respetivamente, a nove e sete anos de prisão, de acordo com a agência de notícias AFP.

Um quarto réu, Dmitri Soloviev, julgado à revelia após fugir para a Polónia, recebeu uma sentença de oito anos de prisão. Todos também foram multados em 185.000 rublos bielorrussos (69.000 euros).

As acusações contra Bialiatski e os seus colegas estavam relacionadas ao fornecimento de dinheiro do Viasna a prisioneiros políticos e ajuda nos pagamentos de honorários a advogados.

Detidos após protestos contra reeleição do Presidente Lukashenko

Os ativistas foram detidos após os protestos massivos nas eleições de 2020, que possibilitaram um novo mandato ao Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.

A oposição bielorrussa afirmou categoricamente que houve fraudes nas eleições de 2020.

Lukashenko - no cargo desde 1994 - reprimiu a oposição e os meios de comunicação independentes.

Os protestos de 2020 persistiram por vários meses, atingindo grande parte da Bielorrússia e as autoridades tomaram medidas duras de repressão.

Mais de 35.000 pessoas foram detidas e milhares de manifestantes foram espancados pela polícia.

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