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Ciclone Freddy: mais de 100 mortos no Maláui e Moçambique

Os voos programados no aeroporto de Blantyre, em Maláui, foram cancelados e as escolas fecharam após as inundações causadas pelo transbordo de rios terem afetado áreas residenciais, cortando estradas e destruindo habitações.

Um homem recolhe alguma madeira numa rua inundada perto de Quelimane, quando a tempestade Freddy atingiu Moçambique, 12 de Março de 2023.
Um homem recolhe alguma madeira numa rua inundada perto de Quelimane, quando a tempestade Freddy atingiu Moçambique, 12 de Março de 2023.
ANDRE CATUEIRA

A nova passagem do ciclone tropical Freddy pela África Austral provocou, desde domingo, pelo menos 99 mortos no sul do Maláui e oito em Moçambique, segundo os dados mais recentes divulgados.

Numa conferência de imprensa em Blantyre, o comissário do Departamento de Gestão de Catástrofes, Charles Kalemba, confirmou o número de mortos, dos quais 85 foram registados em Blantyre. Além disso, 134 pessoas ficaram gravemente feridas somente em Blantyre, segundo a imprensa local, que cita Kalemba.

Segundo o responsável, cerca de 4.000 famílias foram afetadas, o equivalente a mais de 10.000 pessoas.

O Ministério dos Recursos Naturais e Alterações Climáticas advertiu que o ciclone "continuará a causar chuvas torrenciais associadas a rajadas e ventos fortes" em áreas do sul do Maláui.

Além de Blantyre, esperam-se inundações nos distritos de Nsanje, Chikwawa, Thyolo, Mwanza, Mulanje, Phalombe e Zomba.

O Maláui declarou esta segunda-feira o estado de calamidade em várias partes do sul do país.

Em Moçambique

Neste país lusófono, pelo menos oito pessoas morreram devido à passagem do ciclone na província da Zambézia, segundo dados preliminares avançados pelo Ministério da Saúde.

Do número total de óbitos em Moçambique, sete ocorreram na cidade de Quelimane, a capital provincial, e um no distrito de Mocuba, e "há também uma considerável destruição de infraestruturas" disse à comunicação social na província da Zambézia o ministro da Saúde, Armindo Tiago. Vários bairros da cidade de Quelimane estão sem energia e telecomunicações.

O Freddy já é um dos ciclones mais duradouros e que realizou uma trajetória mais longa nas últimas décadas, percorrendo mais de 10.000 quilómetros desde que se formou no norte da Austrália, em 04 de fevereiro, e cruzou o oceano Índico até ao sul do continente africano.