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Extremistas islâmicos libertam norte-americano e francês raptados em 2016 e 2021

Dois presos por extremistas islâmicos
Dois presos por extremistas islâmicos
STRINGER/Reuters

Um jornalista e um humanitário de uma organização não governamental foram raptados há anos por extremistas islâmicos e mantidos em cativeiro. Tanto o francês, como o norte-americano foram libertos e estão muito agradecidos pela ajuda e liberdade renovada.

O trabalhador humanitário norte-americano Jeffery Woodke, raptado em outubro de 2016 no Níger, e o jornalista francês Olivier Dubois, que também foi libertado após quase dois anos em cativeiro, chegaram esta segunda-feira em liberdade ao aeroporto de Niamey.

Woodke, ligado a uma organização não-governamental humanitária cristã, e que ajudava populações nómadas em Abalak no Níger, foi raptado em 14 de outubro de 2016 por fundamentalistas islâmicos e levado para o Mali, de acordo com fontes de segurança nigerinas.

Dubois, que foi raptado em 8 de abril de 2021 em Gao, no norte do Mali, foi sequestrado pela aliança fundamentalista islâmica Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (GSIM), o principal movimento extremista no Sahel, ligado à Al-Qaeda.

"Sinto-me cansado mas estou bem", disse Dubois ao sair do avião, sorridente e visivelmente comovido."Significa muito para mim estar aqui, ser livre. Quero prestar uma homenagem ao Níger pela sua sabedoria nesta delicada missão e à França e a todos aqueles que me permitiram estar aqui hoje", acrescentou, aos jornalistas que aguardavam os dois reféns.

Ao seu lado, apoiado numa bengala, estava Jeffery Woodke.

"Os reféns foram recuperados sãos e salvos pelas autoridades nigerinas antes de serem entregues às autoridades francesas e americanas", disse o ministro do Interior nigerino, Hamadou Souley.

Olivier Dubois trabalhava para os jornais Libération e Le Point e a revista Jeune Afrique e vivia e trabalhava no Mali desde 2015, quando foi raptado.

O jornalista anunciou o seu rapto num vídeo colocado nas redes sociais em 5 de Maio de 2021.

Em Paris, a organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF) saudou a libertação de Olivier Dubois, destacando que se tratou do "mais longo para um jornalista francês mantido como refém desde a guerra no Líbano".

"Tivemos notícias tranquilizadoras em várias ocasiões nos últimos meses, e novamente muito recentemente: ele parecia estar em boa forma, mas estávamos preocupados com a duração do seu cativeiro", disse o secretário-geral da RSF, Christrophe Deloire, citado pela AFP. "Foi um enorme alívio", acrescentou.

Ainda na capital francesa, o Presidente Emmanuel Macron exprimiu o seu "imenso alívio" pela libertação do jornalista, que estará "em breve de volta a França".


Numa mensagem na rede social Twitter, Macron disse que já falou ao telefone com Dubois e que estava "muito grato ao Níger" pelos esforços que desenvolveu para a libertação do jornalista.

Numa curta declaração à imprensa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês manifestou "alegria e imenso alívio" pela libertação e escusou-se a comentar se foi pago algum resgate pela libertação.

Em Washington, fonte da administração Biden garantiu que não foi pago nenhum resgate nem estabelecido qualquer compromisso para a libertação de Jeffrey Woodke.