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Série "Friends" é ofensiva? Jennifer Aniston reage à polémica e deixa um apelo

A série emblemática dos anos 90 é acusada pelas novas gerações de conter cenas homofóbicas, racistas e sexistas.

Série "Friends" é ofensiva? Jennifer Aniston reage à polémica e deixa um apelo
MARIO ANZUONI

A atriz interpretou Rachel na série icónica Friends, que conta com mais de 200 episódios. Há 30 anos no mundo da ficção, a estrela de comédia tem acompanhado o desenvolvimento do mundo da representação e as mudanças do próprio público-alvo.

Na apresentação do novo filme da Netflix, “Murder Mystery 2”, Jennifer Aniston revelou à AFP, em Paris, que a “comédia evoluiu tanto” que hoje em dia “não é nada fácil ser engraçado”.

Alguns espectadores da nova geração criticaram Friends pela falta de diversidade no elenco escolhido. Outros deram conta de anedotas agora vistas como conteúdo homofóbico, transfóbico ou sexista.

“Há toda uma geração de pessoas, miúdos que agora estão a ver os episódios de Friends e os consideram ofensivos. Houve coisas que nunca foram intencionais e outras…bem, deveríamos ter pensado melhor nelas. Mas penso que nunca houve tanta sensibilidade como há agora", admite.

A atriz norte-americana, de 54 anos, acredita que o mundo seria mais triste sem humor.

“Todas as pessoas precisam de piadas. O mundo precisa de humor. Não podemos levar-nos muito a sério”, disse.

Nas redes sociais, os comentários de Jennifer Aniston não foram bem vistos. Mesmo depois de a atriz justificar que a sociedade era diferente em 1994, ano em que estreou Friends, os internautas insistem em dizer que a série é “retrógrada" e põe em causa valores morais.

Na sequência da polémica, uma das criadoras da sitcom emblemática dos anos 90, Marta Kauffman disse ao Los Angeles Times que admitir a culpa não era fácil.

“É doloroso olhar-me ao espelho. Estou envergonhada por não saber mais há 25 anos", assume.

A criadora do enredo que narra a história de seis amigos, em Nova Iorque, confessou ter internacionalizado o racismo de “forma inconsciente", mas revela que só teve essa consciência quando morreu George Floyd, estrangulado por um polícia, o que originou o movimento #BlackLivesMatter.

Por esse motivo, em 2022 Kauffman fez uma doação de cerca de quatro milhões de euros para estudos afro-americanos, como um “pedido de desculpas” pela falta de representatividade na série.