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Conflito no Sudão já matou mais de 400 civis. O que se passa no país?

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O país africano vive mergulhado em confrontos entre o exército nacional e as tropas paramilitares. Na base do desentendimento está a luta pelo poder no país entre dois generais desde o golpe de Estado de 2021.

O Sudão é um país marcado por décadas de guerra, a maior cidade sudanesa tinha, até agora, sido poupada à face mais temível da luta pelo poder.

Os combates apanharam de surpresa os habitantes de Cartum, sobretudo aqueles que depois da queda do presidente Omar Al-Bashir, em 2019, tinham a expectativa de uma transição para um regime menos dependente da influência militar.

Em pouco mais de uma semana de guerra, terão morrido mais 400 civis. A vida desapareceu das ruas de Cartum e escondeu-se dentro das casas, cada vez mais permeáveis à violência dos combates e onde começam a escassear bens essenciais.

“É muito difícil arranjar água. E não há comida suficiente. Além disso, não temos eletricidade. Desde ontem que não temos ligação à Internet e não conseguimos fazer ou receber chamadas. Não conseguimos fazer nada. É difícil comunicar”, explicou um civil.

A luta travada entre as forças regulares do exército sudanês e os combatentes da milícia paramilitar reflete a guerra entre os dois generais mais poderosos do Sudão, que parecem ainda muito longe da mesa de negociações. O secretário-geral da ONU, António Guterres, garante que as Nações Unidas vão permanecer no país.

“Que fique bem claro: as Nações Unidas não estão a sair do Sudão. A violência tem de acabar. Corremos o risco de haver uma conflagração catastrófica no Sudão que pode abranger toda a região e não só”, disse António Guterres.

Sem a expectativa de tréguas duradouras e com os combates a alastrar a outras regiões do Sudão, quem consegue começa a abandonar o país, o terceiro maior do continente africano.

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