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Estados Unidos informam que cessar-fogo no Sudão foi prolongado três dias

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, informou nesta segunda-feira que os generais rivais no Sudão concordaram em prolongar um instável cessar-fogo por mais três dias, enquanto vários países continuam a retirar os seus cidadãos.

Retrato do conflito que se desenrola no Sudão.
Retrato do conflito que se desenrola no Sudão.
Marwan Ali

As partes em conflito ignoraram uma série de cessar-fogos declarados, mas o mais recente, que coincidiu com um feriado muçulmano, facilitou a retirada de milhares de pessoas da capital, Cartum, uma trégua que expirava esta segunda-feira.

Enquanto os governos estrangeiros transportavam centenas dos seus diplomatas e outros cidadãos para um local seguro, os sudaneses procuravam desesperadamente formas de escapar ao caos, receando que os dois generais rivais do país intensificassem a sua batalha pelo poder assim que as evacuações estivessem concluídas.

Em operações dramáticas, colunas de diplomatas estrangeiros, professores, estudantes, trabalhadores e famílias de dezenas de países passaram por combatentes em tensas linhas da frente na capital para chegar a pontos de extração.

Outros percorreram centenas de quilómetros até à costa leste do país e uma série de aviões militares europeus, do Médio Oriente, africanos e asiáticos voaram durante todo o dia de domingo e segunda-feira para os transportar.

Para muitos sudaneses, o transporte aéreo foi um sinal de que as potências internacionais, depois de falharem repetidamente na mediação dos diferentes cessar-fogos, apenas preveem um agravamento dos combates.

O último cessar-fogo, que quase não reduziu os combates, deveria ter terminado esta segunda-feira à noite. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou aos 15 membros do Conselho de Segurança para que "exerçam a máxima influência" sobre ambas as partes, para "retirar o Sudão da beira do abismo".

O Sudão tem vivido dias de caos, devido aos confrontos entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Ação Rápida (RSF, na sigla em inglês), iniciados há 10 dias. O balanço provisório dos confrontos indica que há mais de 420 mortos e 3.700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).